Unicamp lança segundo volume de
livro sobre memória profissional

19/12/2011 - 11:28

As solenidades em comemoração aos 45 anos de fundação da Unicamp, completados em outubro último, foram encerradas nesta segunda-feira (19), com o lançamento do segundo volume do livro Faço Parte desta História, que traz depoimentos de 53 ex-patrulheiros, guardinhas e mensageiros que ajudaram a construir a história da Universidade. Assinada pelas jornalistas Maria Alice da Cruz Paula, Raquel Cristina do Carmo Santos e Talita Alves Matias, a obra é uma iniciativa do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e conta com prefácio do reitor Fernando Costa e textos assinados pelos ex-reitores Carlos Vogt, José Martins Filho e Hermano Tavares.

 

 


Presidida pelo reitor Fernando Costa, a mesa constituída para a cerimônia de lançamento do livro contou com a presenta dos ex-reitores Vogt, Martins e Tadeu Jorge. Também participaram o coordenador do GGBS, Edison Lins, e as dirigentes da Associação de Educação do Homem de Amanhã e do Círculo dos Amigos do Menor Patrulheiro de Campinas, Maria Helena Novaes e Maria Angélica Barreto Pyles, respectivamente. De acordo com Fernando Costa, a obra dá continuidade ao resgate da memória da Unicamp, por meio do relato da trajetória de seus funcionários. “Essas pessoas vestiram a camisa da Unicamp e ajudaram a fazer da Universidade o que ela é hoje. O livro traz histórias comoventes e divertidas de pessoas que chegaram muito novas à Universidade e que souberam aproveitar as oportunidades surgidas para crescer pessoal e profissionalmente”, afirmou o reitor.

Em sua fala, o ex-reitor Vogt recordou os anos duros da ditadura. Ele lembrou que o fundador da Unicamp, professor Zeferino Vaz, que abriu as portas da instituição a professores perseguidos em outras universidades, ficou especialmente indignado ao tomar conhecimento que policiais a serviço da repressão haviam agredido guardinhas e mensageiros durante operação no campus de Barão Geraldo, que culminou com a prisão de alguns docentes. “Registrar essas e outras histórias em um livro como este é algo muito importante”, disse. Ao também mencionar Zeferino Vaz, o ex-reitor Martins lembrou que o idealizador da Unicamp sempre dizia que uma universidade era feita principalmente pelas pessoas. “Assim, trabalhar na Unicamp representa um ganho pessoal e profissional, mas vai além. Trabalhar na Unicamp é fazer parte da história do crescimento da sociedade”, pontuou.

Ao comentar sobre o conteúdo do livro, o ex-reitor Tadeu Jorge considerou que a obra ajudará a esclarecer uma dúvida que sempre paira sobre a trajetória da Unicamp. Segundo ele, as pessoas dificilmente conseguem entender como uma escola de ensino superior com apenas 45 anos de existência conseguiu atingir um alto grau de excelência e ser reconhecida internacionalmente por suas atividades nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. “Penso que a leitura desta obra lança luz sobre isso. As pessoas são as grandes responsáveis pelo mérito da Universidade. Aqui, essas pessoas se constituíram e constituíram uma escola de qualidade”, considerou.

Tanto a representante da Associação de Educação do Homem de Amanhã quanto a do Círculo dos Amigos do Menor Patrulheiro de Campinas agradeceram a Unicamp por sempre ter mantido as portas abertas aos adolescentes egressos das duas instituições. Maria Helena e Maria Angélica também se disseram felizes em poder constatar que vários desses ex-guardinhas e patrulheiros, como duas das autoras do livro, Maria Alice e Raquel, souberam aproveitar a oportunidade de trabalhar na Universidade para crescerem como profissionais e cidadãos. “Vou para casa com meu coração em festa”, revelou, emocionada, Maria Angélica.

Ao falar em nome das autoras, a jornalista Maria Alice, que integra a equipe da Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom) da Unicamp, salientou que a obra resgata parte da história da Universidade, mas fala essencialmente de pessoas que contribuíram para construir a instituição. “Os depoimentos trazem muitas histórias; momentos bons e ruins. A leitura e a edição dos depoimentos ajudaram a potencializar o respeito que já tínhamos por essas pessoas. Penso que o livro também traz dados importantes que podem dar margem a reflexões e pesquisas sobre as razões que levam muitas famílias a colocarem seus filhos de13 ou 14 anos no mercado de trabalho”, sugeriu.