Aluno do primeiro ano do curso de Física da Unicamp, o paulistano Gabriel Bonuccelli Heringer Lisboa, de 17 anos, foi um dos cinco brasileiros selecionados para participar, junto com um grupo de 70 estudantes de todo o mundo, do Programa de Verão do Instituto Weizmann de Ciências, localizado em Rehovot, Israel. Durante 25 dias, o grupo participará do desenvolvimento de pesquisas nos laboratórios da instituição, assistirá a seminários e realizará trabalhos de campo e viagens culturais. “Ao participar do programa, pretendo principalmente me firmar na carreira de pesquisa científica, já estreando com chave de ouro, além de fazer novas amizades e contatos futuros que me serão muito úteis. Pretendo também, mesmo que indiretamente, contribuir para melhorar um pouco a imagem do Brasil, em termos acadêmicos, lá fora”, afirma o rapaz.

Para conquistar uma vaga no programa, Gabriel passou por um processo de seleção bastante criterioso, voltado aos estudantes matriculados no primeiro ano do ensino superior. Primeiro, ele teve que preencher uma ficha de inscrição e produzir uma redação em inglês, com o tema “Três sugestões para mudar a vida do brasileiro através da Ciência”. Depois, foi submetido a uma entrevista, também em inglês, na qual manifestou o interesse em trabalhar com temas como  astrofísica, física nuclear e, futuramente, teoria dos campos. O desempenho do aluno da Unicamp foi considerado excelente pelos avaliadores.

A expectativa de Gabriel em relação à viagem, que deve se estender de 2 a 27 de julho, é grande. “Tenho certeza de que será uma experiência incrível e inesquecível. Vou para outro país, conhecer um lugar novo, assim como pessoas e culturas novas. Também vou interagir com gente do mundo todo. E eu já sei como isso pode mudar a minha vida: é a segunda viagem com intuito científico que faço. A primeira foi para a Indonésia, quando participei da World Physics Olympiad. E tudo isso de graça, coisa que só a dedicação e o empenho nos estudos pode proporcionar. Diria que é uma realização pessoal”, analisa.

Questionado se recomendaria a outros estudantes a participação neste tipo de programa, o jovem responde sem titubear. “Sem dúvida alguma. Recomendaria a todos os primeiranistas de qualquer faculdade a participarem. É uma viagem totalmente gratuita para o destino certo. Você se aprofunda na sua área de pesquisa e conhece gente e lugares novos. Não há desvantagem nenhuma. Aliás, só há vantagem em participar. Mesmo que não seja aprovado, você, em virtude do processo de seleção, se conhece melhor e, algumas vezes, acaba se surpreendendo com o próprio potencial. A seleção em si já é convidativa”, aconselha Gabriel, que é torcedor do São Paulo e tem entre seus hobbies o xadrez.

O Instituto Weizmann de Ciências é uma das principais instituições multidisciplinares de pesquisa do mundo. Conta atualmente com 2.500 cientistas, técnicos de laboratórios e estudantes. Há mais de 60 anos, reúne esforços que incluem a busca por novas formas de combater doenças e proteger o meio ambiente. Realiza pesquisa pura nas áreas de Física, Química, Biologia, Bioquímica, Matemática e Ciências da Computação. No Brasil, há uma associação sem fins lucrativos denominada “Amigos do Weizmann”, que visa a apoiar o Instituto Weizmann na manutenção de sua excelência na pesquisa. Uma das iniciativas é promoção de intercâmbio entre o Brasil e o Instituto, fomentando a pesquisa de ponta e o desenvolvimento para benefício da humanidade.