Ele tem procurado reunir tudo o que diz respeito a Paulo Freire (1921-1997), um dos maiores educadores brasileiros de todos os tempos, professor titular da Faculdade de Educação da Unicamp (FE). Foi por causa de disseminar o trabalho do educador que o funcionário da biblioteca do Instituto de Artes (IA) Francisco Genézio Lima de Mesquita vai receber, da Associação de Pedagogos de Cuba-Havana e do Ministério da Cultura daquele país, a distinção Educador Popular de Mérito.

A outorga do título será no próximo dia 3, “pelo incansável labor na promoção do pensamento freireano tanto na associação em Cuba, por mais de sete anos, quanto no Brasil”. Genézio viaja para Cuba no dia 30 de abril.

A homenagem ao funcionário da Unicamp deve ocorrer dentro do contexto do VII Encontro Internacional Presença de Paulo Freire, nos dias 2 a 7 de maio, para o qual se esperam 100 delegados latino-americanos de 19 países. Ele proferirá três palestras, sendo uma no dia 3, data em que será homenageado. Sua abordagem será sobre “Os seminários Paulo Freire na Unicamp: sua gênese, resultados e perspectivas”, como parte do Projeto Memória Paulo Freire.

Para o homenageado, esse título o distingue muito mas, ao mesmo tempo, representa um sinal de que muito mais está por ser feito no futuro. “Paulo Freire foi um mestre ímpar e um nome que sempre me orgulhará em levá-lo”, diz. 

Biblioteca Popular
Uma das iniciativas de Genézio foi criar a Biblioteca Popular Paulo Freire (BPPF), fundada em 1994 no Jardim Santa Rosa, para ser consultada pelas comunidades carentes. Paulo Freire revelou grande satisfação ao saber dessa iniciativa. Outra contribuição foi ter colocado como alternativa uma biblioteca itinerante popular no Parque Itajaí, que funcionava numa Van até meados de 2005.

Segundo Genézio, chegaram a ser implantadas na região oito bibliotecas populares, mas que, pela falta de recursos, o trabalho teve que ser interrompido. A única sobrevivente foi a do Jardim Santa Rosa, pioneira entre as outras sete bibliotecas. “Apesar disso, no curto período que funcionaram ajudaram a orientar as pessoas inclusive profissionalmente. Uma boa parte delas são hoje educadoras e trabalham no serviço público”, conta.