Será que a criatividade computacional é um contrassenso? A resposta é não segundo Ricardo Gudwin, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec), que nesta manhã deu a primeira palestra do Fórum Permanente de Arte, Cultura e Educação, promovido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) da Unicamp. No evento, realizado no Centro de Convenções, o professor mostrou como é possível criar dispositivos que exibem uma criatividade computacional como por exemplo na música. Mas como um computador (e aí Gudwin aborda o papel da tecnologia) pode ser criativo e gerar coisas novas?

Depois de teorizar a respeito do conceito de criatividade, o professor relacionou-a à geratividade que é, segundo informou, a capacidade de gerar coisas (ou produtos) diferentes. “Mas essa capacidade em si não é suficiente, se não tiver aplicação. Muitas pessoas criam ideias facilmente. Não conseguem tirá-las do papel”, diz. “Então geratividade é apenas uma condição para a criatividade, não definindo-a.” A criatividade computacional é uma subárea da Inteligência Artificial aplicada à computação musical.

 De acordo com o palestrante, com o emprego de princípios da computação evolutiva, embasada em Darwin e na Teoria da Evolução, os mesmos algoritmos empregados na resolução de problemas da engenharia podem gerar a criação artística. “O grande desafio é criar critérios estéticos e conseguir transformar isso numa fórmula matemática que possa ser aplicada em um programa de computação evolutiva”, expõe.
Gudwin revela que, com isso, se conseguiu criar uma ponte entre a arte e a evolução, ou seja, a materialização entre a arte e a evolução. Todavia, em sua opinião, este é apenas o começo do processo de uma longa exploração.

Ao longo da história, a arte contou com os meios do seu tempo para dar forma à inovação artística e, sendo o computador hoje um recurso universal de informação e comunicação, justifica-se o seu emprego como meio e instrumento artístico.

Convite
Em sua fala, na abertura do Fórum, o coordenador associado do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora, José Fornari Tuti, enfatizou a importância da participação da comunidade universitária no TEDx. Trata-se de um grupo de conferência da Sapling Foundation cujo objetivo é disseminar ideias, da qual a Unicamp obteve licença para organizar eventos pelo período de um ano, renovável. São palestras curtas e gratuitas. Um desses encontros está marcado para o dia 12/12/2012, às 9 horas, na Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC). TED é a sigla para Tecnologia, Entretenimento e Design, destacado site da Internet (www.ted.com) que foi construído a partir de uma conferência mundial, onde estão disponibilizadas palestras, inclusive para download.