Começou nesta segunda-feira, 26, o colóquio “Circulação Internacional, Formação e Recomposição de Dirigentes”, que marca o encerramento de projeto Temático Fapesp sediado no Focus – Grupo de Pesquisa sobre Instituição Escolar e Organizações Familiares, vinculado à Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. Durante cinco anos, pesquisadores do Brasil, Argentina e França das áreas de história, ciência política, antropologia e sociologia, estudaram como seu deu a formação intelectual de grupos dirigentes, ou seja, grupos que estão ou estiveram no poder em diferentes áreas. “Nós procuramos identificar que tipo de informação o grupo recebeu e onde foi adquirido o conhecimento necessário para sua formação e o interesse em atuar”, explica Letícia Canêdo, coordenadora do Focus e uma das organizadoras do colóquio.

Mais além, os pesquisadores procuraram estudar a circulação das ideias que formam o grupo dirigente, como o conhecimento é apreendido e reconfigurado a partir das experiências de atuação. Foram estudados, por exemplo, a introdução da ciência política no Brasil e a Fundação Ford chegando até a administração de Fernando Henrique Cardoso, as ideias que influenciaram a reforma universitária de 1968 e seus resultados, a formação dos juízes com a entrada do direito comercial no Brasil e o direito no mundo globalizado.

Além da apresentação dos trabalhos, o colóquio prevê três conferências. Na abertura, o professor emérito do Centre national de la recherche scientifique - CNRS, França, e atualmente diretor de pesquisas do Departamento de História da Central European University, Budapeste, Victor Karady, vai abordar o tema “Formação das elites dirigentes e criação dos Estados Nacionais Europeus”. O diretor de pesquisa na École des hautes études en sciences sociales - EHSSS, Paris/ Erasmus University, Roterdam, Johan Heilbron, fala sobre “Trocas culturais transnacionais e globalização”. No encerramento do colóquio, o pesquisador emérito do CNRS, e principal consultor internacional do projeto, Yves Dezalay, discorre sobre “Lutas hegemônicas, rivalidades profissionais e divisão internacional do trabalho no mercado de importação-exportação dos conhecimentos de Estado”.

O colóquio será realizado na Sala da Congregação da FE nos dias 26, 27 e 28 de março, segunda, terça e quarta-feira, a partir das 9h30 na segunda, e das 9 horas na terça e na quarta-feira. O programa completo pode ser acessado no endereço.