Ignacy Sachs na Unicamp. Desta
vez para falar sobre a Rio + 20

02/04/2012 - 17:30

Ambientalista diz que discussões da Rio+20 devem envolver aspectos sociais e ambientais

O economista polonês Ignacy Sachs voltou à Unicamp, nesta segunda-feira, para participar do Seminário “Desafios do Rio + 20”, realizado pelo Centro de Estudos Avançados (Ceav). Durante sua palestra, falou sobre o que espera da Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho deste ano. A primeira iniciativa para que a Rio + 20 tenha o desfecho ideal, segundo Sachs, será o ser humano parar de se comportar como aprendiz de feiticeiro e passar a se comportar como geonautas, conceito criado pelo escritor francês Eric Orsenna para descrever o homem contemporâneo, responsável por pilotar o planeta Terra na era do antropocentro. 

Para Sachs, é importante que o ambiental e o social sejam dissociados no debate da Rio +20. Uma das questões da pauta deve ser a geração de um fundo internacional e uma rede de cooperação científica e técnica que sejam os sistemas para concretização dos planos nacionais. “Há anos se discute que países ricos deveriam destinar 1% de seu PIB para um fundo includente e sustentável”, avalia Sachs. 

Outra medida importante, na opinião de Sachs, seria a cobrança de taxa sobre a emissão de carbono. “Se queremos frear o aquecimento global, temos de começar pela emissão de carbono”, pontua. O economista reflete que se há pedágio para trafegar entre rodovias, então as aeronaves deveriam pagar pedágio pela utilização do ar, assim como os navios deveriam ter pedágio pela utilização do mar. A justificativa de Sachs é de que tanto quanto as rodovias, o ar e o oceano são patrimônios comuns à humanidade. 

Entre as várias proposições, Sachs sugere a interface da revolução verde com a revolução azul, promovendo assim a segurança alimentar. Outro ponto importante é eliminar a dependência de energias fósseis. A primeira razão seria o esgotamento do petróleo e o fato de o uso das energias fósseis provocar o aquecimento global por causa do carbono. Três elementos, segundo o economista, são importantes nesse projeto: sobriedade, para que não haja utilização desnecessária de energia; maior eficiência no uso de energia e maior abertura no leque das energias renováveis.