As mudanças no cenário educacional e brasileiro nos últimos anos devem ser notadas, marcadamente quando o país foi lançado a uma posição de emergente. Isso vem pressionando o setor educacional, inclusive neste momento. E as instituições públicas estão à frente das respostas que estão sendo procuradas para esta nova realidade econômica. A contextualização foi feita durante discurso do professor Luiz Carlos de Freitas que, nessa quinta-feira, foi empossado o novo diretor da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. Este é o seu segundo mandato junto à FE. O primeiro foi de 1996 a 2000.

Freitas substitui o professor Sérgio Leite, que teve como diretora associada a professora Márcia Strazzacappa. Ficará na função por um mandato de quatro anos, cumprindo-o até 2016, tendo como associada a professora Ana Luiza Bustamante Smolka. A solenidade de posse foi presidida pelo reitor da Unicamp, professor Fernando Ferreira Costa, no salão nobre da Faculdade.

Freitas enfatizou que, do ponto de vista educacional, os sistemas de ensino estaduais, municipais e federais estão sob demanda de uma nova classe média que quer consumo e que exclusivamente pressiona todas as dimensões da área de Educação. “Este cenário faz com que novas formas de encarar o processo educativo sejam colocadas em pauta, demandando para as instituições educacionais outras maneiras de lidar com a realidade”, posiciona-se.

Segundo ele, caberá às faculdades de educação, existentes nas universidades, debruçarem-se sobre o novo cenário e analisarem criticamente o que está acontecendo e quais são os papéis que estão sendo demandados das faculdades de educação.

Este momento é sobremodo especial para o cenário educacional e isso também deve ser adequadamente percebido pelas universidades, pontua Freitas. Isso porque, se no passado podia rolar a dívida educacional, hoje isso torna-se cada vez mais impossível, por conta de estar a educação, talvez pela primeira vez na história do Brasil, na frente do processo da própria valorização do capital, expõe. “Ou destravamos esse processo ou a própria valorização dessa montanha de dinheiro que tem entrado no país ficará sem condições de cumprir a sua finalidade internamente”, alerta.

Além de redobrar a pesquisa, o professor acredita que será fundamental traçar dois aprofundamentos neste momento: a conexão da pesquisa com a política educacional e a conexão da pesquisa com a prática da escola. “Nós manejamos essas duas frentes de trabalho há muitos anos, mas elas estão atualmente sob novas demandas e estão sendo chamadas ao processo de colaboração com o próprio desenvolvimento econômico”, dimensiona Freitas.

Freitas cumprimentou Sérgio Leite pelos seus feitos na gestão 2008-2012 e pela estabilidade que a Faculdade alcançou nos quatro últimos anos. “Os avanços havidos devem ser considerados e eles devem colaborar para que avancemos em novos patamares”, salientou.

Sérgio Leite agradeceu, em diversas oportunidades do seu discurso, o apoio de docentes, funcionários e alunos da FE em sua gestão. Relembrou a memória de colegas que faleceram, entre eles o professor Hilário Fracalanza; falou das dificuldades de diretor e do orgulho de dirigir uma unidade como a FE. Forneceu dados de crescimento da unidade na graduação, na pós-graduação, em programas de extensão, entre outros.