PAD-PED
Planejamento inicia com a construção
de um projeto de trabalho pedagógico

26/04/2012 - 17:30

Os professores Guilherme do Val e Eliana Ayoub

Um bom planejamento inicia com a construção de um projeto de trabalho pedagógico. O conselho é do professor da Faculdade de Educação (FE) Guilherme do Val Toledo do Prado, vice-presidente da Subcomissão Permanente para Formação de Professores da Comissão Central de Graduação (CCG) da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), para os participantes dos Programas de Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente (PAD/PED) da Unicamp. Segundo Guilherme do Val, o projeto em geral é ligado à ideia de uma pesquisa. “Aqui igualmente salientamos que o projeto pedagógico precisa ser projetado. Trata-se de um empreendimento que requer um esquema e a redação de um esboço, entre outros ingredientes, com vistas a torná-lo conhecido e executável.”

A palestra fez parte do contexto do primeiro Encontro de Aperfeiçoamento dos PAD/PED nesta segunda-feira no Centro de Convenções da Unicamp. O evento foi organizado pela PRG e pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG).

É preciso ter em vista o que se pretende ensinar, apontou Guilherme do Val, para quem vai ensinar, por que vai ensinar e como vai ensinar. “Vou organizar meu projeto a partir de um projeto de trabalho docente, organizando-o no tempo e no espaço, elegendo algumas prioridades para o que pretendo ensinar.”

O docente da FE também relembra a importância de se fazer o registro para dar andamento ao projeto de ensino ou projeto pedagógico. “Isso é pura imaginação”, pontuou. As imaginações são necessárias, frisou, porque constroem o projeto pedagógico. “Esta etapa inclui imaginar quem são os estudantes a quem nos dirigimos bem como as suas necessidades.”

O convidado dividiu sua fala com a professora da FE Eliana Ayoub, presidente da Subcomissão Permanente para Formação de Professores da CCG. Ela lançou aos participantes do encontro uma pergunta sobre o que há em comum entre planejar aulas e planejar viagens? Citou o navegador brasileiro Amyr Klink: “... eu tinha uma bússola e um lugar para ir ... Um rumo e um destino fazem a diferença em qualquer situação”. 

Para a palestrante, é preciso trocar ideias com as mais diferentes áreas. “Isso porque o planejamento se constrói. Temos que estar abertos a ser afetados pelos alunos; ensinar é querê-los bem”, sinalizou, relembrando o educador Paulo Freire. Não se deve estimular uma disputa com os alunos, ponderou. “Professores e alunos, afinal, são parceiros culturais.”

Eliana Ayoub ressaltou que as pequenas mudanças podem trazer grandes reformulações, baseando-se nas autoras do livro A Organização do Tempo Pedagógico e o Planejamento do Ensino, de autoria da docente da FE Ana Lúcia Guedes-Pinto e colaboradores, pela Pró-Letramento, em seu fascículo 3.

Guilherme do Val aproveitou para realçar que um plano modelar projeta-se como um guia, desde que compartilhado com os alunos. Recordou ainda alguns elementos constitutivos do plano e do planejamento, como os objetivos da disciplina de cada módulo e de cada aula; a avaliação do trabalho; os conteúdos e conhecimentos relevantes no campo científico; os procedimentos didático-pedagógicos, entre outros. “A avaliação não acaba. É feita o tempo todo”, completou a presidente da Subcomissão Permanente para Formação de Professores.

Programas
Os dois programas reúnem bolsistas remunerados e voluntários que oferecem suporte aos professores ou ministram aulas de diversas disciplinas que já cursaram, com a finalidade de obter um bom desempenho. Conforme Juliana Portes Thiago, aluna do curso de Ciências Sociais e bolsista PAD, todo mês é feito um encontro de aperfeiçoamento didático com os bolsistas, no qual aprende-se muito. “Envolve orientações, troca de experiências e relacionamento com os docentes. Depois de ter feito iniciação científica, estou começando o mestrado com o mesmo orientador. Este contato é fundamental no PAD”, relata. Atualmente são cerca de 1.000 alunos engajados nos dois programas.