A formação de professor está entre os temas mais emergentes do Brasil no momento. Para o coordenador-geral do Programa de Valorização do Magistério da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Helder Eterno da Silveira, o país não crescerá economicamente nem socialmente se não investir na formação de professores em todos os níveis, desde a escola básica até a pós-graduação. Este alerta foi ouvido nesta segunda-feira (14) por professores em formação e formadores de professores na abertura do 1º Seminário e 2º Encontro do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) da Capes e do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que acontece até terça (15) na Unicamp.

Para Silveira, o Pibid é fundamental para promover uma mudança de cultura da formação de professores do Brasil por envolver ações em prol da valorização e do reconhecimento das licenciaturas para o estabelecimento de um novo status para os cursos de formação e como política de incentivo à profissão de magistério. O programa tem por objetivo estimular a docência pelo fomento de ações a ser desenvolvidas nas escolas públicas da educação básica por alunos das licenciaturas em conjunto com os professores dessas instituições e docentes das universidades. A Capes concede bolsas de iniciação à docência para alunos de cursos de licenciatura e para coordenadores e supervisores da instituições de ensino vinculadas ao projeto. Para 2012, segundo Silveira, o programa chegará a um total de 45 mil bolsas a ser oferecidas e concedidas a licenciandos e formadores de professores.

Garantir um sistema educacional de qualidade desde o básico até a universidade não é um favor que o governo faz à sociedade, mas sim uma obrigação, na opinião do coordenador. “É tentar pagar uma dívida de décadas que o governo tem com a educação brasileira”, opinou. Ele lembrou que o Brasil é considerado um dos mais bem-sucedidos do mundo nos últimos anos, porém, é um dos mais apresentam fragilidade educacional.

Segundo Silveira, é muito comum hoje ouvir a dicotomia escola pública-escola privada, mas na verdade, o sistema educacional brasileiro, de modo geral, possui bases frágeis, e o Pibid aposta na parceria universidade-escola para qualificar o ensino básico.

De acordo com o pró-reitor de Graduação da Unicamp, professor Marcelo Knobel, a expectativa da Universidade é de que o Pibid cresça tanto quando o Programa Pibic. Ele informou que a Universidade abriga 3.500 alunos nas licenciaturas e o Pibic é uma excelente oportunidade para os licenciandos que pretendem iniciar pesquisa na formação de professor.

Para a coordenadora do Pibid na Unicamp, professora Eliana Ayoub, o programa contribui para sanar uma discussão de quase 40 anos sobre a importância de tratar a formação docente como profissão. Ela informa que a Unicamp é autora de 17 subprojetos no programa. Segundo o coordenador institucional do Pibid na Unicamp, professor Guilherme do Val Toledo Prado, a proposta é garantir uma formação em que o docente se sinta o profissional e não um profissional qualquer.

Mais informações sobre o Pibid em“Universidade realiza I Seminário
e II Encontro Pibid-Unicamp”