'Estilos de vida animal'
em exposição no IB

15/05/2012 - 17:00

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Artur Furegatti: formigas não se alimentam das folhas, mas dos fungos

Artur Furegatti: formigas não se alimentam das folhas, mas dos fungos

O ermitão, caranguejo que o visitante poderá pegar com a mão

O ermitão, caranguejo que o visitante poderá pegar com a mão

Cecília Amaral: mostrando ao público a diversidade faunística

Cecília Amaral: mostrando ao público a diversidade faunística

A cidade das formigas-saúvas: revelando a divisão de

A cidade das formigas-saúvas: revelando a divisão de "panelas"

Equipe de monitores da exposição, todos biólogos

Equipe de monitores da exposição, todos biólogos

Um dos exemplares vivos na sala de

Um dos exemplares vivos na sala de "Vertebrados e Invertebrados"

Módulo

Módulo "Hóspedes e penetras": os animais benvindos e os intrusos na casa

Karina Rebele mostra um dos exemplares do acervo científico

Karina Rebele mostra um dos exemplares do acervo científico

Michela Borges no acervo científico: trânsito arriscado

Michela Borges no acervo científico: trânsito arriscado

Visitante na sala de

Visitante na sala de "Vertebrados e invertebrados: formas e cores"

Monitores capacitados a atender em todos os níveis de conhecimento

Monitores capacitados a atender em todos os níveis de conhecimento

Exemplares representativos do mar, do mangue, da terra

Exemplares representativos do mar, do mangue, da terra

O público pode apreciar até às 17 horas desta quarta-feira a exposição “Biodiversidade Animal: estilos de vida”, no Museu de Zoologia “Professor Adão José Cardoso” do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. A mostra faz parte da 10ª Semana de Museus promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e é composta de quatro módulos: “Vida na água”, “Cidade das formigas-saúvas”, “Hóspedes e penetras” e “Invertebrados e vertebrados: formas e cores”. “A proposta é que os visitantes conheçam a biodiversidade faunística e as principais características de animais do nosso cotidiano, desde os peçonhentos até as formigas”, afirma a professora Antonia Cecília Zacagnini Amaral, organizadora do evento.

A docente é a vice-coordenadora do Museu de Zoologia, que hoje possui 15 coleções abrigando aproximadamente 50 mil exemplares de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), além de produtos da atividade animal, como ninhos, pegadas, sons e imagens. O acervo também inclui cerca de 380 mil invertebrados, sendo 180 mil marinhos (poliquetas, moluscos bivalves e gastrópodes e ofiuroides) e 200 mil lepidópteros, aracnídeos, coleópteros, dípteros, efemerópteros e neurópteros.

O público leigo, entretanto, não vai fixar tantas denominações científicas. Até porque os visitantes, na maioria, são alunos de 5ª e 6ª séries (de 10 a 12 anos), em que pese a presença de uma criança de 3 anos e de estudantes de graduação e professores da rede pública. “A visita é sempre monitorada por seis ou sete biólogos, todos capacitados para atender aos diversos níveis de interesse. Já chegamos a permitir que as crianças percorressem o espaço livremente, mas elas ficavam perdidas, não dava resultado”, lembra Cecília Amaral.

A maior sala está reservada ao módulo de “Invertebrados e vertebrados”, quase todos preservados em via úmida (álcool) e taxidermizados (técnica que dá forma à pele), e alguns animais vivos. “São os exemplares mais representativos, a fim de mostrar a variedade que possuímos, desde a superfície e a parte mais profunda do mar, entrando na faixa do mangue, até os animais terrestres e aéreos. As crianças não gostam muito dos animais fixados e sempre perguntam se nós os matamos. Só recebemos exemplares que já estavam mortos ou em condições extremas”, ressalta a professora.

Na sala da “Vida na água”, painéis mostram a distribuição do volume de água no planeta e os diversos ambientes marinhos e de água doce. Estão expostos equipamentos como a rede para coletar plânctons e um microscópio para observá-los, e outro para trazer sedimentos do fundo do mar. Em uma caixa preta, simula-se o mar à profundidade de mais de 2 mil metros, com criaturas completamente diferentes das encontradas na superfície. “O que desperta maior interesse é este aquário com animais que as crianças podem pegar com a mão”, observava Cecília Amaral, enquanto o biólogo Artur Furegatti apanhava um ermitão (Pagurus), caranguejo que se abriga em conchas deixadas vazias por moluscos.

Uma sala igual à de uma residência, a de “Hóspedes e penetras”, é onde as crianças se sentem mais à vontade, muitas vezes se sentando no chão para aprender sobre os animais benvindos, como o cachorro, o gato e a calopsita, e sobre os indesejados, como ratos, baratas, aranhas, escorpiões – e os cuidados que devem ter com o que se esconde nos sapatos e com traças na roupa. Na última sala está o protótipo da “Cidade das formigas-saúvas”, montado com material transparente para mostrar a divisão das “panelas” (câmaras) onde essas formigas cortadeiras depositam separadamente vegetais, ovos, larvas, lixo – e onde está protegida a rainha. “Aqui, os alunos aprendem que as formigas não se alimentam das folhas, mas dos fungos que nelas crescem”, ensina Artur Furegatti.

Em outros andares do Museu de Zoologia do IB, fechados ao público, encontram-se as coleções científicas que podem ser acessadas apenas por docentes, pesquisadores e alunos de graduação ou pós-graduação devidamente autorizados. “Aqui ficam exemplares de animais tombados e que estão disponíveis on line em nossos bancos de dados. Nós monitoramos todas as visitas, já que o trânsito sempre traz riscos, como de um vidro ser tirado do lugar ou de quebrar”, justificava a bióloga Michela Borges, enquanto a colega Karina Rebelo exibia uma das cobras conservadas em álcool.

Comentários

Parabéns à Profa. Cecília, sua equipe e ao IB. É muito bom ver o nosso Museu aberto ao público.

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georgiofvaladares@gmail.com.br