Projeto Aulas Abertas promove
reflexão sobre a agroecologia

28/05/2012 - 12:40

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Rodrigo Machado Moreira

Rodrigo Machado Moreira

Beatriz Stamato

Beatriz Stamato

Ricardo Borsatto

Ricardo Borsatto

A Rede de Agroecologia da Unicamp (RAU) promoveu na manhã desta segunda-feira (28) a primeira edição do projeto Aulas Abertas, cujo objetivo é incentivar a discussão e a troca de saberes em torno da agroecologia. Os convidados para falar ao público foram Rodrigo Machado Moreira e Beatriz Stamato, ambos do Instituto Giramundo Mutuando, e Ricardo Borsatto, professor da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Itapetininga. Embora cada um tenha abordado um aspecto relacionado ao tema, todos fizeram considerações sobre os desafios e possibilidades de expansão, no Brasil, de uma agricultura de base ecológica.

Para Rodrigo Moreira, ainda que necessária, a transição do modelo convencional de produção para a agroecologia vem sendo bloqueado por aquilo que ele classificou de “império do agronegócio”. Além disso, acrescentou, também falta maior empenho por parte do Estado brasileiro em apoiar as iniciativas do segmento. “É preciso financiar e oferecer apoio técnico aos agricultores, além de fomentar pesquisas na área. Somente agora estamos construindo uma política nacional de agroecologia, que precisa contemplar essas e outras questões”, afirmou.

Beatriz Stamato fez o relato de uma experiência que o Instituto Giramundo Mutuando desenvolveu na região de Botucatu, com a ajuda dos agricultores locais, denominada Programa de Extensão Rural Agroecológica (Progera). De acordo com ela, foram realizadas diversas atividades voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar de base ecológica, como cursos e oficinas. Inicialmente, disse Beatriz, as ações enfrentaram muita resistência por parte dos produtores locais. Ao final de 30 meses, porém, a iniciativa contabilizou 960 famílias atendidas, num total de 6.600 pessoas capacitadas.

Ricardo Borsatto falou aos presentes sobre a experiência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) com a agroecologia. Conforme o pesquisador, embora o MST tenha adotado o discurso da necessidade de praticar uma agricultura sustentável a partir de 1994, na prática pouca coisa foi feita nesse sentido até o momento. “No Paraná, onde o debate e a mobilização estão mais amadurecidos, somente 8,5% das famílias adotaram o modelo de base ecológica”, informou. Na avaliação dele, embora desejem fazer a transição, os agricultores encontram muitas dificuldades. “Falta incentivo. Não existe um ambiente propício para essa transformação. Penso que precisamos de uma ação conjunta para promover uma mudança de paradigma”, defendeu.

Comentários

Muito boa essa divulgação!!

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