Biodiversidade e Filosofia instigam interesse
dos participantes da série Fóruns Permanentes

31/05/2012 - 11:50

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René critica preconceito contra a Filosofia

René critica preconceito contra a Filosofia

Autoridades do evento organizado pelo IEL

Autoridades do evento organizado pelo IEL

Público reunido no Centro de Convenções

Público reunido no Centro de Convenções

Mesa de abertura no Fórum de C&T

Mesa de abertura no Fórum de C&T

Vera Crósta: estímulo à pesquisa a partir de 2004

Vera Crósta: estímulo à pesquisa a partir de 2004

Dois assuntos instigantes marcaram a série dos Fóruns Permanentes dessa quinta-feira na Unicamp: os desafios dos produtos da biodiversidade e os desafios dos professores de Filosofia para o ensino dessa disciplina. Os fóruns, promovidos pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), aconteceram simultaneamente em duas salas do Centro de Convenções da Universidade.

Na palestra sobre “Produtos da biodiversidade: transferência de tecnologia e parcerias tecnológicas”, a farmacêutica Vera Crósta, que tem parte de sua formação alcançada na Unicamp, mas que hoje oferece consultoria empresarial na área de inovação tecnológica, disse que mais de 50% do dispêndio em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país parte do governo, ao passo que, em países mais avançados, esse é um papel que cabe quase exclusivamente às empresas. “Temos uma história recente da interação universidade-empresa”, afirmou Vera Crósta.

A palestrante abordou o novo cenário de estímulo à pesquisa já a partir de 2004, com iniciativas importantes do governo no plano da legislação, dos incentivos fiscais e da inovação, além da atuação do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (2007-2010), entre outras estratégias.

Conforme ela, antigamente as pesquisas eram verticalizadas. Hoje entra em cena uma inovação mais aberta, com as empresas buscando um conhecimento também externo. "Já não existem mais fronteiras e, felizmente, o Brasil tem sido procurado por outros países pela qualidade de sua pesquisa", relatou. Muitas dessas estratégias, comentou, sinalizam para grandes áreas de exploração futura, como a área de Farmácia e a de Saúde por exemplo. Essa palestra fez parte do Fórum de Ciência e Tecnologia e foi organizado pelo Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA).

Ensino de filosofia
Na palestra do docente da Faculdade de Educação (FE) Renê Silveira, o desafio foi dirigido aos professores de Filosofia do Ensino Médio. De acordo com ele, um dos pontos a ser enfrentado é a pouca informação e o preconceito que existe tanto da parte de estudantes quanto da parte de professores em relação à disciplina.

Na sua fala, Renê criticou esse preconceito que reina nas escolas e também na sociedade ao definir assuntos ligados à filosofia que, segundo ele, já estão inclusive introjetados no senso comum. Os comentários, expôs ele, são discriminatórios e não propiciam a reflexão sobre os sentidos que encerram. É o que se nota nas frases: “fulano está filosofando” e “lá vem ele com essa filosofia...”

Mas como esse preconceito ingressou no imaginário popular? René retomou a Grécia Antiga, entre o 7º e o 5º século, quando os filósofos se interessavam muito por estudar Física e a natureza, não sendo muito afeitos às tarefas cotidianas e às atividades que caíam no gosto popular, como as festas.

Para o docente, o ensino de Filosofia no ensino médio é uma saída para diminuir preconceitos e dar uma nova dimensão à disciplina que deu origem ao pensamento e à especulação. Esse evento integrou os Fóruns de Ensino Superior e foi organizado pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL).