Neil Silberman fala sobre o tema
patrimônio em webconferência
01/06/2012 - 15:10
- Text:Da Redação
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Estudar fatos históricos e arqueológicos não significa falar somente do passado, mas também criar um pano de fundo para que a sociedade compreenda o presente e projete o futuro. A mensagem foi transmitida na manhã desta sexta-feira (1º) pelo professor Neil Silberman, da Universidade de Massachusetts (Amherst). O antropólogo ministrou uma webconferência, a partir da Unicamp, que foi assistida por estudantes e pesquisadores de diversas instituições de ensino brasileiras. A iniciativa, inédita na Universidade, foi viabilizada graças a uma parceria entre o Centro de Computação (CCUEC), Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam), Laboratório de Arqueologia Pública “Paulo Duarte” (LAP) e RTV Unicamp.
Pouco antes de iniciar a conferência, Silberman falou ao Portal da Unicamp. Ele destacou que o patrimônio faz parte dos direitos humanos. “As pessoas estão representadas, por exemplo, nos sítios arqueológicos e nas manifestações folclóricas. Isto nos faz pensar que não devemos considerar somente uma história oficial, mas também as contribuições históricas de diferentes grupos e indivíduos”. Durante a sua passagem pela Universidade, o antropólogo manteve contato e assessorou o trabalho de diversos pesquisadores da área. De acordo com ele, o programa da Unicamp é único, por unir os aspectos teórico e metodológico à aplicação prática.
“Pude perceber que os pesquisadores daqui estão muito conscientes de que, quando falamos de história e patrimônio, não estamos tratando apenas sobre fatos. Também estamos usando uma ferramenta valiosa para melhorar as condições da sociedade atual”, considerou. Silberman enfatizou, ainda, que foi muito bem recebido pelo professor Pedro Funari, coordenador do Centro de Estudos Avançados (CEAv), e pelos demais integrantes da comunidade interna. “Meu objetivo é desenvolver, a partir desta visita, projetos em parceria com a Unicamp, principalmente em âmbito internacional”, adiantou.
Durante sua permanência na Universidade, Silberman ministrou minicurso, apresentou palestras e travou contato com diversos pesquisadores envolvidos com temas vinculados às áreas da arqueologia, história e patrimônio. Além de ter considerado a experiência acadêmica muito produtiva, o docente da Universidade de Massachusetts disse ter apreciado Campinas e a sua vida cultural.
A importância do antropólogo nos estudos referentes a patrimônio, memória e usos da história e da arqueologia na construção do passado é substancial. Ele é vinculado ao Comitê Científico Internacional do Icomos, organização civil internacional ligada à Unesco e voltada ao aconselhamento no que se refere ao tombamento de bens que receberão o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Entre os anos de 2000 e 2007, Silberman atuou como diretor do Ename Center for Public Archaeology and Heritage Management, na Bélgica, órgão de referência em preservação patrimonial.
Atualmente, atua em projetos de apresentação e interpretação do patrimônio cultural considerando sua conservação sustentável. Escreveu, entre outros, o livro A Bíblia não tinha razão (2001), em coautoria com Israel Finkelstein. A obra se tornou best-seller por levar aos leitores os resultados das últimas descobertas arqueológicas no espaço geográfico abarcado pelos textos do Antigo Testamento, principalmente o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), ou Torá.