A Unicamp está sediando nesta segunda e terça-feira a sétima reunião do Comitê Diretivo do Instituto de Estudos Brasil-Europa (IBE), órgão mantido pela União Europeia e que reúne mais de vinte universidades brasileiras e do velho continente com o objetivo principal de fomentar a pesquisa sobre temas de interesse comum. “Criado há um ano meio, o IBE passou pela infância e está terminando a adolescência para chegar à fase adulta, ou seja, já se encontra estruturado e prestes a iniciar as atividades próprias da sua criação, que são de um programa de pós-graduação no nível de doutorado em estudos europeus, de forma transdisciplinar, abrangendo todas as áreas do conhecimento”, afirma o professor Moacyr Martucci Jr., coordenador-geral do Instituto.

Os projetos de pesquisa serão elaborados e executados de forma colaborativa, financiados pela Comissão Europeia ou por agências brasileiras de fomento (federais ou estaduais). “O primeiro deles está estruturado e, nesses dois dias, discutiremos os detalhes para apresentá-lo à Capes. Os focos do projeto são envelhecimento, multiculturalismo, doenças negligenciadas e tecnologia da informação e comunicação. Ele deve começar no início do próximo ano, conforme o nosso cronograma”, adianta o coordenador do IBE.

Moacyr Martucci observa que todas as disciplinas precisam ser atendidas, até porque a discussão do envelhecimento, por exemplo, deve contemplar os pontos de vista social e humanitário, da saúde e biológico, da cultura e das tecnologias que possam beneficiar os idosos. “Neste primeiro ano teremos dez alunos de doutorado, extremamente bem selecionados e, dependendo da qualidade do projeto, havendo mais brasileiros ou vice-versa. Cada aluno terá dois orientadores, um brasileiro e outro europeu. Cinco ou seis universidades parceiras estarão envolvidas. Já temos mais bolsas do que alunos, o que é muito bom.”

O Instituto de Estudos Brasil-Europa está preparando seu segundo Congresso Internacional no país, em Belém (o primeiro foi em Goiânia), nos dias 3 e 4 de dezembro. O tema escolhido é “Avançando na Inclusão”, com a discussão de questões como a exclusão dos imigrantes, exclusão econômica e etária, consequências sociais e políticas públicas para incorporar os “novos excluídos” na sociedade. O assunto permeou a reunião na Unicamp em palestra concedida pelo historiador Pedro Paulo Funari, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).