O professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp Paulo Oliveira, especialista em ecologia comportamental de insetos, recebeu na sexta-feira, dia 22, em Bonito, Mato Grosso do Sul, o prêmio Honorary Fellow Award da Association for Tropical Biology and Conservation (ATBC) deste ano.

Paulo Oliveira, que é do Departamento de Biologia Animal do IB, recebeu a distinção das mãos do diretor-executivo da ATBC John Kress, da Smithsonian Institution, EUA, durante o encerramento do encontro anual da associação, que é a mais importante do mundo a realizar pesquisas e divulgações sobre as regiões tropicais, da qual Paulo já foi presidente.

A distinção concedida ao docente levou em conta a sua contribuição para a biologia tropical, bem como para a sua conservação. A Honorary Fellow Award é dada pela ATBC a pesquisadores que trabalham na região tropical e pelo conjunto de investigações envolvendo os trópicos. “Isso inclui livros, publicações e orientações a alunos”, expõe.

Segundo Paulo, as suas principais pesquisas abordam a interação das formigas e das plantas no Cerrado. “Alguns pensam que elas sobem nas plantas para atacá-las. Não é bem assim, a exceção das saúvas. As formigas procuram as plantas para buscar açúcar. E até ajudam a espantar os herbívoros”, informa.

Em outro importante estudo mostra como as formigas afetam a vida das sementes na Mata Atlântica e como essa interação com os frutos caídos no chão pode afetar a floresta. O trabalho derruba por terra a ideia de que os bichos grandes dispersam as sementes e que por isso são os mais importantes para a reprodução da planta. “A pesquisa indicou que os bichinhos pequenos, aos quais se dá menos relevo, apesar de amplamente distribuídos na floresta, são fundamentais até para a regeneração da floresta atlântica, fazendo com que as sementes germinem melhor, as plantas cresçam de novo e a mata afinal seja recuperada”, recorda Paulo.

O docente, que se mostrou bastante emocionado com o prêmio, recebido diante de uma plateia de pesquisadores de 40 países, também já recebeu outros prêmios. Um deles foi o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico “Zeferino Vaz”, no ano de 2007, que dá relevo ao desempenho acadêmico excepcional dos docentes; e mais recentemente o prêmio Capes de Teses, por um trabalho orientado em parceria com o professor André Freitas, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia do IB. Para André Freitas, por tudo isso, essa homenagem confirma a posição de liderança que o curso da Unicamp assumiu no Brasil na área de Ecologia e na comunidade científica internacional.