Seminário no Instituto de Economia
debate as várias dimensões da crise

28/06/2012 - 11:50

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Cerimônia de abertura: mesa de autoridades

Cerimônia de abertura: mesa de autoridades

Participantes da primeira mesa de debates

Participantes da primeira mesa de debates

O Instituto de Economia (IE) da Unicamp e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), abriram na noite desta quarta-feira (27) o primeiro módulo do seminário internacional “A crise mundial e os desafios de um novo padrão de desenvolvimento para as economias emergentes da América Latina, com especial referência ao caso brasileiro”. O evento faz parte das ações para a criação do Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI, que terá como missões promover estudos de alto nível sobre o desenvolvimento brasileiro e formar quadros de direção estratégica para o Brasil e países da América Latina e África. Os trabalhos prosseguem nesta quinta-feira (28), com a realização de três mesas, nas quais serão debatidos diferentes temas relacionados à crise global.

A cerimônia de abertura do seminário contou com as presenças do secretário executivo do MCTI, Antônio Rodrigues Elias; do presidente do CGEE, Mariano Laplane; do vice-secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), Antônio Prado; do diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Frederico Leão Rocha; do diretor associado do IE da Unicamp, Marcelo Proni; e do chefe de gabinete adjunto da Reitoria da Unicamp, Ricardo Anido, que representou o reitor Fernando Ferreira Costa. Todos destacaram, em seus discursos, a importância do seminário e da constituição do Centro de Altos Estudos para o país. “Precisamos compreender as mudanças estruturais em curso, para que possamos enxergar o futuro e seus desafios com maior nitidez. Reflexões como as que serão feitas neste seminário certamente trarão grandes contribuições nesse sentido”, afirmou Leão Rocha.

Em mensagem lida por Anido, o reitor da Unicamp considerou que o evento levará ao melhor esclarecimento das causas e consequências da crise, bem como contribuirá para elucidar qual o papel do Brasil no cenário em formação. Segundo Antonio Elias, o desafio de preparar o país para o futuro está colocado dentro do governo. “O governo tem impulsionado fortemente as atividades em ciência, tecnologia e inovação. Nosso principal objetivo é superar as restrições históricas e elevar a capacidade produtiva e competitiva do país. Estamos pensando as políticas públicas de forma sistemática”, garantiu.

Antônio Prado e Mariano Laplane destacaram que o Brasil tem a oportunidade histórica de pensar o seu desenvolvimento a partir das premissas da igualdade e da sustentabilidade. “Nesse sentido, queremos propor uma plataforma de reflexão através da práxis. O esforço de pensar o desenvolvimento exigirá o diálogo entre os mais diversos setores da sociedade, tal como a academia, o governo, o empresariado e as entidades representativas da sociedade civil”, adiantou Laplane. Após a abertura oficial, o evento teve prosseguimento com a primeira mesa de debates, que reuniu Jan Kregel, do Levy Economics Institute (NY), Ricardo Carneiro (IE-Unicamp) e Vanessa Petrelli Correia, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A moderação coube a Antonio Carlos Macedo (IE-Unicamp).

Durante sua conferência, que depois mereceu comentários dos outros dois participantes, Kregel lembrou que bolhas e crises econômicas não são fenômenos novos. “Isso ocorre desde o século 18 e se repete de tempos em tempos”, disse. Em relação ao momento atual, o economista recomendou que o Brasil baseie o seu desenvolvimento no mercado interno em vez de no externo, visto que este último tem se mostrado muito mais suscetível às consequências da crise.