Hospital de Sumaré alcança
padrão mundial de qualidade

02/07/2012 - 14:20

/
Hospital Estadual de Sumaré, que poderia funcionar na América do Norte ou Europa

Hospital Estadual de Sumaré, que poderia funcionar na América do Norte ou Europa

Fernando Costa: hospital público pode ser bom, bonito e agradável

Fernando Costa: hospital público pode ser bom, bonito e agradável

Lair Zambon, superintendentedo HES: do estresse à comemoração

Lair Zambon, superintendentedo HES: do estresse à comemoração

Inauguração da nova área do Banco de Sangue do Hemocentro

Inauguração da nova área do Banco de Sangue do Hemocentro

 

O Hospital Estadual de Sumaré (HES), administrado pela Unicamp, poderia estar funcionando no Canadá, Estados Unidos ou em qualquer país da Europa, por conta da qualidade na atenção aos cuidados do paciente. A comparação é do superintendente Lair Zambon, para demonstrar o significado do certificado de Acreditação Internacional Canadense concedido pelo Canadian Council for Health Services Accreditation (CCHSA), em concorrida e festiva cerimônia na tarde da última sexta-feira. No Brasil, apenas três hospitais públicos possuíam este certificado, todos na Grande São Paulo, e o HES é o primeiro do interior do país a conquistá-lo.

A Acreditação Canadense, válida por três anos, é focada em ações para integralidade do cuidado ao paciente, estabelecendo rotinas e protocolos mais rigorosos que garantem ao usuário medidas seguras a cada intervenção, desde a sua entrada até a alta hospitalar. Durante três dias do final de março, o Hospital de Sumaré passou por criteriosa avaliação de um comitê do CCHSA, que já fez o mesmo com mais de 50 hospitais no Canadá, Europa e Arábia Saudita, tornando-se referência para inúmeros países. Um pré-requisito que a unidade da Unicamp já havia cumprido é a obtenção do certificado da Organização Nacional de Acreditação (ONA) em nível máximo.

Em seu discurso, Lair Zambon lembrou a situação calamitosa que encontrou em Sumaré há quinze anos, com toda a sorte de problemas no atendimento e internação de pacientes. “Foi muito estressante. As coisas foram se resolvendo devagar e hoje comemoramos um hospital estadual, gerido pela Unicamp, que cumpre padrões internacionais de qualidade e que pode, em tese, estar funcionando no Canadá, Estados Unidos ou na Itália, por exemplo. Eu teria que agradecer a muita gente, mas quero me referir principalmente aos funcionários, pois sem eles não chegaríamos aqui, jamais. A motivação com que levaram tantas realizações é algo que vou guardar para o resto da minha vida.”

Na opinião do reitor Fernando Costa, a Acreditação Canadense comprova a qualidade dos procedimentos do Hospital Estadual de Sumaré, igualando-o aos melhores do mundo. “É um reconhecimento do esforço da Unicamp também na área de ensino, é um hospital aonde estudantes de medicina, enfermagem, fonoaudiologia e farmácia vêm se formar na pesquisa e na assistência completamente gratuita à população. Temos um exemplo de que hospital público pode ser bonito, limpo e agradável, capaz de prestar atendimento igual ao do melhor hospital privado.”

Em viagem pelo exterior, a cônsul-geral do Canadá, Abina Dann, enviou à cerimônia seu assessor comercial Marcio Francesquini, que acompanhou de perto o processo de acreditação do HES. “É um prazer ver este trabalho de integração entre Brasil e Canadá no setor da saúde dando frutos, transmitindo a importância da qualidade no sistema hospitalar canadense aos parceiros brasileiros. Sempre tivemos em mente chegar a um hospital com esse perfil no interior de São Paulo. Quero parabenizar a direção e todo o corpo técnico, sabendo que é apenas o começo dessa jornada em busca da qualidade.”

Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, integrou o grupo de trabalho designado pelo governador Mário Covas para elaborar um diagnóstico do então Hospital Imaculada Conceição, que estava sob intervenção. “A Unicamp carecia de um espaço para treinamento dos residentes. Aceitamos o desafio de assumir a administração, com o compromisso do governo de terminar a construção do hospital, que acabou se tornando referência para nós mesmos, pois encontramos aqui o melhor espaço para realizar as atividades acadêmicas.”

Banco de Sangue

Também na sexta-feira, o Hospital Estadual de Sumaré teve inaugurada uma nova área para o Banco de Sangue e Agência Transfusional do Hemocentro da Unicamp, celebrando uma parceria de dez anos. “Este é o único local fixo de doação na cidade e região – há uma coleta mensal feita pelo ônibus do Hemocentro na praça das Bandeiras. Já temos 45 mil doadores cadastrados, o que resultou na coleta de 36 mil bolsas de sangue. É um serviço muito importante para a região, já que o hospital não utiliza todo esse sangue e excedente é redistribuído pelo Hemocentro”, explica a hematologista Maria Paula Aranalde, responsável pelo serviço.

O professor Cármino Antonio de Souza, coordenador do Hemocentro da Unicamp, lembrou que em 25 anos de existência a unidade expandiu sua atuação de forma impressionante. “Estamos entre os cinco maiores hemocentros do Brasil, abrangendo o Vale do Paraíba, o ramal de Bragança Paulista até o sul de Minas, e da Anhanguera até as proximidades de Pirassununga. Na área transfusional, o Hemocentro é responsável por 100 por cento dos pacientes com doenças hematológicas, atendendo praticamente a todas as necessidades do SUS.”