Alunos respondem
enquete feita
por universidade
em Berkeley

06/07/2012 - 11:00

O professor Renato Pedrosa

Os alunos de graduação da Unicamp estão inseridos em um projeto piloto que parte de uma pesquisa multicêntrica internacional cuja finalidade é formar um perfil da vida estudantil dos seus participantes. Até o momento 24 países aderiram ao programa chamado Vida Estudantil em Universidade de Pesquisa (Veup) do Centro de Estudos em Educação Superior da Universidade da Califórnia-Berkeley. As respostas à pesquisa deverão ser entregues eletronicamente até o dia 13 de julho. Para isso, os estudantes recebem uma senha e um login, que é o e-mail institucional.

Essa pesquisa, que está sendo chamada em inglês de Student Experience in the Research University – International (SERU-I), teve início na Unicamp em maio.

Segundo o professor Renato Pedrosa, coordenador-associado do Centro de Estudos Avançados (Ceav) e responsável pela enquete nesta Universidade, o que se tem notado é uma porcentagem de respostas entre 30 e 50% do total de alunos regularmente matriculados. “Como a Unicamp tem por volta de 15 mil alunos na graduação, esperamos chegar a pelo menos 5 mil respostas”, comenta.

“No vestibular Unicamp já temos disponível uma demografia dos estudantes em termos de renda, gênero e ensino. Agora, observaremos quem vai responder mais: se mais alunos de escolas públicas, se mais as mulheres ou se mais os homens”, descreve o professor.

De acordo com ele, como forma de estímulo, os graduandos desta Universidade concorrem ao sorteio de um kit de livros da Editora da Unicamp no valor de R$500,00, à sua escolha.
 
Abordagens
Esse questionário, que está sendo respondido em tempos diferentes pelas várias instituições, envolve vários aspectos da vida estudantil: da esfera acadêmica às atividades de lazer, moradia, transporte e transição do ensino médio para o ensino superior, entre outras questões.

Uma outra parte do questionário, desenvolvida na Unicamp, procurou verificar como os alunos estão vendo as suas escolhas, sobretudo de carreira quanto ao curso escolhido. “Nunca tivemos posse desses dados e por isso ainda não sabemos exatamente como vivem nossos estudantes”, relata o professor.

Várias universidades brasileiras, a priori as federais, estão inclusive testando novos modelos de ingresso no ensino superior, assim como a Unicamp tem tido essa experiência com relação ao Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior) – em que o estudante tem ingresso automático na Universidade para depois de dois anos escolher o curso de sua preferência.

Em algumas universidades, informa Pedrosa, o aluno cursa três anos e depois faz uma espécie de complementação, que pode ser de até três anos, recebendo um diploma nas áreas de Engenharia e Bacharelados mais tradicionais, aponta.

Esse modelo já tem sido adotado parcialmente por 18 universidades federais. “Como não temos ainda essa tradição no Brasil, a resposta que temos tentando descobrir com nossos alunos é se eles gostariam de fazer essa escolha mais à frente ou se gostariam de prosseguir com o modelo atual de vestibular”, alude o docente.

A pesquisa encetada pelo Centro de Estudos em Educação Superior da Universidade da Califórnia-Berkeley reúne mais de 40 questões e leva cerca de meia hora para ser respondida, “tempo mínimo pela inestimável contribuição ao conhecimento, embora não se prevendo resultados tão imediatos”, ressalva ele.

Os dados obtidos na enquete serão tabulados e disponibilizados entre parceiros da pesquisa, permitindo trabalhos comparativos. A proposta é apurar resultados a cada ano para verificar como a Universidade está caminhando, bem como evidenciar as mudanças no perfil do estudante, que ainda não existe de forma sistematizada.