Apelo "O mundo grita.
Escuta?". Começa o Cole

16/07/2012 - 16:30

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Primeiro dia de atividades no Cole

Primeiro dia de atividades no Cole

Mesa de abertura do evento

Mesa de abertura do evento

Professor Antonio Carlos Amorim

Professor Antonio Carlos Amorim

Primeiro dia de atividades no Cole

Primeiro dia de atividades no Cole

Público interessado em leitura

Público interessado em leitura

Público interessado em leitura

Público interessado em leitura

Público interessado em leitura

Público interessado em leitura

O diretor da FE, Luiz Carlos de Freitas

O diretor da FE, Luiz Carlos de Freitas

O pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel

O pró-reitor de Graduação, Marcelo Knobel

O pró-reitor de Extensão, João Frederico

O pró-reitor de Extensão, João Frederico

"O mundo grita. Escuta?" Com esse slogan, o 18º Congresso de Leitura do Brasil abriu as suas portas na tarde dessa segunda-feira no Ginásio da Faculdade de Educação Física (FEF). Durante a abertura do evento, o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) João Frederico Meyer, representando o reitor da Unicamp Fernando Ferreira Costa, desenvolveu a sua fala fazendo trocadilhos sobre a frase que, segundo ele, encerra múltiplos sentidos e é impactante.

“O mundo grita quando depara com um oceano de dificuldades”, disse ele, “que é o que a escola pública enfrenta... Temos que ser bons ouvidores e que a Universidade continue aprendendo a escutar – e a ouvir vozes desafiadoras que consigam se entrelaçar... com a coragem de mudar a indiferença e a história”, sustentou João Frederico.

O pró-reitor de Graduação Marcelo Knobel, o diretor da Faculdade de Educação Luiz Carlos de Freitas e o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ABL) Antonio Carlos Amorim, presentes na cerimônia que reúne até sexta-feira 2 mil pessoas, foram unânimes em reconhecer que a educação necessita de políticas públicas e de vontade política.

Para Luiz Carlos de Freitas, essa temática foi por demais feliz, já que aponta para um momento singular que coincide com os 30 anos de criação da ABL e 40 anos da FE, duas entidades que nasceram e se desenvolveram juntas. Já o presidente da ALB e do Cole abordou a assertividade da escolha que, a seu ver, apostou nas diferenças. “É preciso criar um território de afetos e sensações para saber ouvir o mundo que grita”, destacou.

O 18º Cole soma 700 trabalhos que serão apresentados oralmente, recitais, saraus, feira de livros, espetáculos. A programação foi pensada para todos os gostos e para quem realmente gosta de leitura. Leia entrevista com o professor Amorim sobre o evento.


Portal Unicamp - Qual é a expectativa que se tem ao longo da semana para o evento?
Amorim - A nossa expectativa foi maior ainda com relação ao que já foi feito para esse evento acontecer. Temos 1.700 inscritos no momento, tendo a possibilidade de chegar a 2.000 com os participantes convidados. A intenção principal, ao organizar essa 18ª versão do Cole, era permitir reflexões, e algumas vivências e experimentações relacionadas à leitura em sua articulação com as múltiplas linguagens. Portanto, será um Cole em que tanto a palavra escrita, mais voltada à ideia do livro e a outras linguagens, como a linguagem corporal, a audiovisual e também a música, proporcionarão essa proporção de sentidos do que é a leitura. Vamos reunir pessoas que passarão por atividades acadêmicas e não acadêmicas, em que as múltiplas linguagens dimensionarão os sentidos criados pelas leituras.

Portal Unicamp - Desde quando participa do Cole?
A
morim - Desde que estava fazendo o meu mestrado na FE, em 1993. E esta é a primeira vez que eu coordeno essa iniciativa. Mas, à época em que existiam os seminários do Cole, eu os coordenei em duas edições – os seminários “Imagens escritas”.

Portal Unicamp - Como as pessoas devem entender esse evento?
Amorim -
Trata-se de um evento que congrega o maior número de participantes, no Brasil, de pesquisadores e não pesquisadores da área de leitura e que tem tanto a possibilidade de uma convivência e um compartilhamento de ideias, conhecimentos e experiências, como também uma função política importante, por ser um fórum em que se consegue fazer um mapeamento de políticas públicas para a área. Algumas mesas têm esse intuito explícito, escolhidas pela direção da ALB. A ALB partiu de um número de 85 associados no ano passado e hoje temos 1.002. Portanto, espera-se que a assembleia seja um lugar de excelência para discutir política para a área.

Portal Unicamp - A que se deveu esse aumento no número de associados?
Amorim -
Fizemos uma campanha de filiação e organizamos o Cole para os associados de forma gratuita e para que apresentassem os seus trabalhos. Foi uma estratégia interessante, principalmente porque em 2012 comemoramos 30 anos da ALB. Assim sendo, o Cole também tem essa peculiaridade de ser uma festa e uma celebração para a ALB, que o organiza.

Portal Unicamp - O que é o grito presente no slogan do evento?
Amorim -
Pode ser um silêncio, um vazio. Não precisa ser o grito da reivindicação, mas um grito da resistência e de situações que estão na emergência do desaparecimento. Nós precisamos escutar os gritos daqueles que daqui a pouco poderão não gritar mais.