Desvendar crime com a luminescência,
uma das atividades do IV Química em Ação

16/07/2012 - 11:40

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Professor Rogério Custódio, docente do IQ

Professor Rogério Custódio, docente do IQ

Professor Sigoli, coordenador do evento

Professor Sigoli, coordenador do evento

Participantes durante fala de Sigoli

Participantes durante fala de Sigoli

Estudantes de escolas públicas

Estudantes de escolas públicas

A aluna Valéria Guadagnine

A aluna Valéria Guadagnine

Desvendar um crime usando a luminescência na perícia. Separar a gordura do chocolate. Usar limões e pedaços de zinco metálico para ligar uma calculadora. Esses experimentos serão feitos ao longo desta semana por 80 estudantes da rede pública que, desde a manhã desta segunda-feira (16), estão na Unicamp para participar do IV Química em Ação, promovido pelo Instituto de Química (IQ) da Universidade. O evento prossegue até sexta-feira, dia 20. Na abertura, contou com a presença, além do diretor do IQ, Watson Loh, dos pró-reitores de Graduação, Marcelo Knobel, e de Extensão e Assuntos Comunitários, João Frederico Meyer.

De acordo com Fernando Sigoli, coordenador do evento, o objetivo é promover a interação entre estudantes da rede pública de Campinas e da Universidade, e colaborar com a educação e com a ciência. Particularmente para ele, uma das tarefas mais gratas, como professor, é desmistificar a química e promover o curso no qual atua com vistas ao Vestibular.

O professor Marcelo Knobel recorda que muitos alunos do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIs) tiveram passagem pelo Química em Ação, o que torna o projeto modelar. "Apesar disso, somente 30% dos inscritos no vestibular são provenientes, hoje, de escolas públicas", lamenta, por isso o valor de incentivar programas de inclusão, realça.

Sigoli informa que esa é a maiort edição do Química em Ação. Nas três últimas edições, foram 30, 30 e 50 alunos. “Desta vez são 80 e temos ampliado as possibilidades para alunos que de outra forma dificilmente teriam essa chance", diz ele. "Mas o crescimento muito dependerá da nossa infraestrutura."

As atividades do encontro são planejadas ao longo do ano. "Com isso, pretendemos pesquisar cada benefício que elas terão para a sociedade. Fato é que a química está praticamente em tudo", define Sigoli, exemplificando com questões muito candentes no momento atual: como seria a vida sem a química? Como seria adoecer sem fármacos para o tratamento? Como seria uma cirurgia sem anestésicos? Como seria a segurança dos automóveis sem avanços na área de novos materiais?", indaga.

Além dos experimentos, feitos nos laboratórios de ensino do IQ, os estudantes terão palestras e outras atividades acadêmicas, sempre enfatizando a importância da química na vida das pessoas. Dois grupos encenarão questões envolvendo a química. São os casos das peças do grupo Alquimia, da Unesp de Araraquara, e do grupo OuroBoros, do Departamento de Química da UFSCar.

Os participantes do evento receberão kits de todos os experimentos efetuados no evento. A intenção é que eles os refaçam em suas escolas de origem para outros colegas, sempre contando com a ajuda dos professores para supervisionar o trabalho. "Os kits são gratuitos assim como o transporte e a alimentação na Universidade, graças ao patrocínio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), dentro do Programa Novos Talentos", relembra o coordenador do IV Química em Ação.

O professor Rogério Custódio, docente do IQ, apresentou uma palestra sobre “O conhecimento do futuro”, apelando aos estudantes para a necessidade de se ter um espírito curioso. “Eu adoro olhar o espaço e buscar as estrelas, e outros elementos que estão tão distantes de nós”, informa.

“Poder aprender fundamentos químicos com a simplicidade exposta por professores que por anos atuam na área somente pode contribuir para o nosso aprendizado. Aqui, pelo que vi, a gente aprende de uma maneira mais direta”, afirma Valéria Guadagnine, 15 anos. "Mas, mesmo gostando de química, pretendo estudar Enfermagem na Unicamp que, certamente não foge a alguns princípios estudados no curso de Química", salienta, o que muito acrescenta ao conhecimento geral, aponta a estudante do primeiro colegial da Escola Tomás Alves, situada próxima ao Jardim Conceição.