Qual o destino dos resíduos? Na década de 1990, um grupo de voluntários, preocupado inicialmente com o descarte de resíduos perigosos dentro da Unicamp, começou a se dedicar ao desenvolvimento de um plano de gerenciamento de resíduos. Hoje, de acordo com o professor Edson Tomaz, presidente do Grupo Gestor Ambiental (GGA), o trabalho desenvolvido na Universidade tornou-se referência para outras instituições. Com uma programação que permite divulgar suas experiências e ao mesmo tempo aprender com iniciativas externas, o GGA traz a gestão ambiental como tema do próximo Fórum Permanente de Meio Ambiente, a se realizar em 7 de agosto, das 9 às 17 horas, no Centro de Convenções da Unicamp.

Com um trabalho que envolve, além da Célula Operacional de Resíduos, facilitadores de todas as unidades acadêmicas, uma das conquistas do grupo foi a eliminação quase total dos passivos da Unicamp. “Avançamos especialmente naquilo que era mais perigoso, mais urgente. Agora entramos numa fase de refinamento, em que tratamos questões mais pontuais, mas a atualização é sempre necessária. A USP, por exemplo, deve trazer para o fórum uma experiência com resíduos eletrônicos”. Em busca dessa atualização, o grupo gestor procura se relacionar com outras universidades, daí o convite aos palestrantes de outras instituições, como também a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).  

Com o objetivo de identificar trabalhos de autoria de pessoas da comunidade interna que ainda não sejam do conhecimento do grupo e atrair novos parceiros para o GGA, a organização do evento valoriza o tempo de debate após as palestras. “Nossa intenção é que, além dos palestrantes, pessoas da comunidade envolvidas em atividades ou estudos nessa área possam falar sobre suas experiências e também para que outras pessoas do público participem das discussões.” Para elas, o fórum é um dos meios para aproximar a sociedade geral das estratégias e soluções em desenvolvimento no ambiente acadêmico. Daí, a participação irrestrita.

“É um evento organizado para qualquer pessoa interessada em gestão de resíduos.” Segundo Tomaz, é o momento para o público conhecer o que a Universidade está desenvolvendo nesta área. “É muito difícil encontrarmos essas soluções e quando encontramos elas precisam ser compartilhadas com todos os atores da sociedade. A Universidade tem de ser exemplo”, pontua Tomaz.

Ele lembra que, em virtude da complexidade da universidade e apesar do importante avanço em soluções e estratégias, ainda há muito trabalho pela frente. “As atividades que a universidade desenvolve são complexas e diversas. Mais complexas que numa indústria, pois tem atividades de pesquisa, hospitais, área administrativa, entre outras”.

Para Tomaz, o Brasil tem avançado muito na área, mas em alguns Estados as iniciativas ainda são incipientes. No Estado de São Paulo, porém, que tem um órgão ambiental atuante e bem-administrado, os avanços são muito importantes. “Temos alternativas, legislação, procedimentos, opções para destinação de resíduos e soluções ambientais. Há 15 anos, a necessidade de encontrar soluções para os resíduos era conhecida, mas não havia a oferta do serviço. Existia o resíduo para enviar ao aterro, mas dificuldades para achar o aterro. Hoje, há muitas alternativas. Destinação de material com conteúdo energético, por exemplo, pode ser destinado para incineração ou para co-processamentos em fornos de cimento.”

Na Unicamp, especialmente, o trabalho interno vai além de organizar e coletar material, mas compreende também o envolvimento das pessoas da comunidade na proposta, uma parte mais complexa, segundo Tomaz, pois a eficiência do processo requer também a responsabilidade de cada ator envolvido. “Cada um precisa fazer sua parte”, explica. O professor destaca o importante envolvimento dos facilitadores das unidades no projeto. Na Seção de Bens disponíveis da Diretoria Geral de Administração (DGA), por exemplo, equipamentos eletrônicos são recuperados para servir instituições que os recebem como doação. Outro aspecto para um resultado bem-sucedido é o comprometimento e o apoio da administração universitária e, segundo a equipe, o GGA sempre recebeu apoio para desenvolver seu trabalho.

As atividades da equipe podem ser conferidas na página do Grupo de Gestão Ambiental e as inscrições podem ser feitas na página do fórum. Os fóruns permanentes são realizados pela Coordenadoria Geral da Unicamp.