Unicamp sobe 72 posições
no ranking do Webometrics

03/08/2012 - 11:20

Ronaldo Pilli: cautela frente aos números

A Unicamp subiu da 193ª para a 121ª posição no Webometrics Ranking World Universities, que avalia o conteúdo disponibilizado na Internet pelas instituições de ensino superior. Este ranking é divulgado ao final de cada semestre pelo Cybermetrics Lab, que integra o Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha, e engloba mais de 20 mil instituições de todo o mundo. Nesta classificação referente ao primeiro semestre de 2012, a USP ocupa o 15º lugar, atrás das 14 universidades americanas que dominam as primeiras colocações. As outras instituições brasileiras na lista são a UFSC (98ª posição), UFRGS (124ª), UFRJ (172ª) e Unesp (213ª).

O professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, observa que os números do Webometrics são bem recebidos, mas devem ser vistos com certa cautela porque não refletem, necessariamente, uma excelência acadêmica. “O ranking procura aferir a visibilidade, ou seja, a quantidade de documentos que o domínio da Unicamp e de cada universidade apresenta na rede mundial. São basicamente quatro critérios: o número de links externos relacionados com o domínio da instituição, que equivale a 50% da nota; o volume total de conteúdos encontrados na rede, que conta 20%;  documentos do tipo PDF, doc ou docx, com 15%; em um novo fator para este ano, contabilizando a produção impressa em revistas de excelência, pesando mais 15%.”

Ronaldo Pilli informa que esta é a melhor classificação alcançada pela Unicamp até o momento, depois do 239º lugar em julho de 2010, 161º em janeiro de 2011, 158º em julho do mesmo ano e 193º em janeiro de 2012. Entretanto, ele atenta que o ranking apresenta oscilações muito significativas de uma edição para outra. “Uma universidade colocada entre as 200 melhores, pode estar fora da lista na edição seguinte. Não entendemos totalmente as razões para este movimento. No nosso caso, notamos um incremento praticamente anual (salvo a queda em janeiro), sendo que a melhora no último semestre eu credito ao novo fator, que considera o número de publicações em revistas com revisão por pares”.

Para justificar a opinião de que o Webometrics não mede a excelência acadêmica, Pilli aponta a classificação de Cambridge e Oxford, duas universidades de enorme prestígio, respectivamente em 20º e 25º lugares. “São duas instituições da Inglaterra, enquanto as 14 primeiras do ranking são americanas e, em geral, de grande porte – viés que não podemos associar diretamente a um critério de qualidade; é basicamente de visibilidade na rede. Quanto maior a universidade, maior o número de professores, estudantes e pesquisadores – e mais links e mais chances de ser linkada.”

Ronaldo Pilli ressalta que não é contrário à ideia do Webometrics de promover publicações de acesso aberto e lembra que a Unicamp já disponibilizou praticamente 100% das suas teses e dissertações em formato eletrônico. “Estamos trabalhando para melhorar esta visibilidade e discutindo junto ao Cruesp [Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas] a criação de um repositório de publicações para cada uma das três instituições de São Paulo. E é sempre interessante estimular a comunidade acadêmica a divulgar aulas, palestras ou conferências também na Web, com o domínio Unicamp.”