A prática do taekwondo vem
crescendo dentro da Universidade

13/08/2012 - 08:50

Mateus, Andrew e Fábio, da LAU

Foi em 2005 que a Liga das Engenharias da Unicamp (LEU) formou uma equipe de taekwondo para disputar o primeiro campeonato universitário da modalidade, contra atletas da USP e da Politécnica, tornando-se campeã naquele ano e também nos dois seguintes. Fábio Súnica, hoje faixa preta 1º Dan, entrou na Engenharia Civil em 2006 e logo se integrou aos treinamentos, mas se viu sozinho quando os colegas de equipe se formaram em 2007. “Percebi que a única maneira de manter a prática de taekwondo na Universidade era fazer um trabalho de divulgação, abrindo as portas para todos”, recorda o atleta, que na ocasião teve ajuda de Gustavo Cardoso de Oliveira, ex-aluno da Economia, faixa preta 2º Dan.

De apenas dois atletas que treinavam no gramado da Faculdade de Educação Física (FEF), a média anual subiu para 10 atletas lutando taekwondo em bom nível, já com participantes de outras unidades da Unicamp. “A adesão começou a crescer e, a partir de 2010, não perdemos mais no campeonato que reúne todas as faculdades de engenharias do Estado de São Paulo (e equipes convidadas de Goiás e Minas Gerais). Também somos a equipe mais forte do Tusca, Taça Universitária de São Carlos, que é um grande polo de atletas.”

A Unicamp possui hoje perto de 40 praticantes de taekwondo. Segundo Fábio Súnica, isso se deve em boa parte às iniciativas de Maria Luiza Luchesi Maciel, aluna de Educação Física, hoje professora da equipe e faixa vermelha ponta-preta 1º Gub. “Ela desenvolveu um projeto cultural na Casa do Lago e em seguida, com apoio do professor [Júlio] Gavião, passou a oferecer um curso de arte marcial coreana, em seu estilo olímpico, na Extensão da FEF. Com isso, abordamos todos os estilos do taekwondo, que não é apenas esporte olímpico, é antes arte marcial, envolvendo preparação física e mental.”

Fábio Súnica informa que, nos treinos da LEU, o foco continua sendo a competição – e não apenas em nível universitário. Ele próprio, que é o treinador desta equipe, tem atuado ao lado de atletas da seleção brasileira e paulista, e ficou em 18º lugar no ranking nacional em 2011. “Nosso esporte universitário não é bem desenvolvido, mas o taekwondo possui atletas ranqueados. Consegui medalha de bronze no Brasileiro Universitário do ano passado, perdendo para quem está no topo do ranking. Fui o único medalhista de universidade pública. Na universidade particular, há bolsas e outros incentivos, além de lugar para treinar. Mas estamos crescendo, passo a passo.”

Andrew Matos Piovezan, que trocou a Física pela Engenharia de Alimentos, foi convidado para ver um treinamento em 2010. Aceitou o convite de curioso, gostou e não parou mais de praticar o taekwondo. Ainda faltam mais de dois anos para a faixa preta, mas já disputou “16 ou 18” campeonatos e perdeu apenas um, este ano. Foi campeão paulista em 2011, como competidor federado. “Participamos de campeonatos da Confederação Brasileia, da Federação Paulista e temos o título do Brasil Open de Curitiba, que é o maior torneio aberto do país, reunindo de 700 a 1.000 participantes”.

Mateus Souza Borges, da Engenharia Mecânica, que também começou a treinar há dois anos, enaltece aspectos do taekwondo que vão além do esporte. “Promovemos várias iniciativas bacanas, como o treino de verão na praia. O pessoal é bem unido e sempre se reúne para confraternizações, o que é muito importante para uma equipe de qualquer modalidade. Agora, também iniciamos campanhas para doação de sangue, com adesão de muita gente. É clara a diferença quando se começa a praticar o esporte: melhoram o seu desempenho acadêmico e a qualidade de vida, sem contar que, no mercado de trabalho, as empresas dão muito valor ao profissional que pratica esporte, por saber que ele vai ser menos estressado e mais produtivo.”

Um último detalhe lembrado por Fábio Súnica, é que em toda arte marcial a prática deve ser supervisionada por um mestre, responsável não só pela orientação dos professores faixas pretas, como também pelos exames de graduação e avaliação de desempenho dentro e fora do local de treinamento. E a equipe da LEU tem como mestre o 5º Dan Carlos Costa. Dez vezes campeão brasileiro e campeão sul-americano, Costa foi às Olimpíadas de 2004 como reserva de Diogo Silva, que acaba de perder uma medalha em bronze por decisão polêmica dos juízes.