Fórum é centro de discussão sobre terapia
eficiente a pacientes com dieta enteral

16/08/2012 - 12:00

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Kimielli: apoio do governo

Kimielli: apoio do governo

Público

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Kimielli, Gustavo Fraga, Carmen e Ilka

Kimielli, Gustavo Fraga, Carmen e Ilka

Diante das sequelas deixadas por um câncer na laringe, o paciente da rede municipal de saúde de Santo Antônio de Posse, SP, optou por viver, porém, sabe que para isso tem de confiar nos profissionais da área de saúde responsáveis por seu tratamento.  Senhor Antônio está numa lista extensa de doentes que se alimentam das fórmulas industriais para dieta enteral, mas, ao contrário da maioria das famílias que vivem essa realidade, a alimentação é fornecida pelo município, conforme disse sua filha Silvia em depoimento gravado para o Fórum de Esporte e Saúde realizado nesta quinta-feira (16), no Centro de Convenções da Unicamp. O encontro teve como título “Segurança e Qualidade na Nutrição Enteral Domiciliar”.

Na primeira comunicação do evento, a consultora técnica na Secretaria de Atenção Básica do Ministério da Saúde Kimielli Cristina Silva disse que poucos municípios desenvolveram uma dinâmica de terapia nutricional e, diante disso, grande parte das famílias com pacientes dependentes de terapia domiciliar acabam destinando parte do orçamento familiar à aquisição das dietas industriais que, segundo seus cálculos, chegam a custar em torno de R$ 400 por mês. O aspecto socioeconômico, assim como outras questões que envolvem a atenção básica a esses casos estão em discussão no Ministério da Saúde. Ela garante que todas as variáveis necessárias para um atendimento de qualidade, tanto no âmbito hospitalar, ambulatorial quanto doméstico estão sendo consideradas pelo novo grupo de trabalho designado a discutir terapia nutricional no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com Kimielli, a ideia é avançar para além do fornecimento das dietas, desenvolvendo uma normatização das formas de cuidado na área. Inicialmente, o grupo começa a discutir a revisão de algumas portarias, envolvendo todos os profissionais envolvidos neste tipo de cuidado. Um dos critérios em discussão no grupo é o envolvimento do nutricionista na aprovação de fórmulas e possibilidade d custeio da dieta por parte do governo. Os técnicos também discutem aspectos financeiros e mudanças na rotulagem por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas lamenta que por enquanto muitas questões ainda tenham sido discutidas somente no interior do GT, não havendo, portanto, nenhuma iniciativa do governo no momento.

Segundo Kimielli, as coordenadorias de atenção alimentar têm encontrado apoio em hospitais prefeituras e no próprio Ministério da Saúde. Para ela, todas as propostas devem convergir para a garantia da qualidade de vida dos pacientes e da família. A assessora da Coordenadoria Geral da Unicamp Carmen Zink avalizou a importância da discussão desse tema em um fórum aberto ao público, pois ela mesma teve um paciente dependente de dieta enteral em casa. “Ter a pessoa em casa para continuar o tratamento é um sentimento muito bom, mas exige uma mudança na rotina da família”.