Tessler e Pissolato tornam-se cavaleiros
da Ordem das Palmas Acadêmicas da França
29/08/2012 - 17:00
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Nesta quarta-feira (29), os professores da Unicamp Leandro Russovski Tessler e José Pissolato tornaram-se chevalier (cavaleiros) da Ordre des Palmes Académiques, ordem francesa dedicada a acadêmicos e personalidades importantes para a difusão da cultura francesa. As medalhas foram entregues em cerimônia na sala do Conselho Universitário (Consu) pelo cônsul-geral adjunto da França em São Paulo, Monsieur Marc Peltot. De acordo com Peltot, a escolha pelos nomes se deu pela contribuição dos docentes da Unicamp para o desenvolvimento científico e tecnológico da França, seja como alunos de doutorado ou como coordenadores de programas de cooperação entre a Unicamp e instituições de ensino superior francesas.
Peltot lembrou que, depois de deixar sua terra natal, a cidade de Uberlândia (MG), para obter o título de mestre na Unicamp, José Pissolato escolheu a Universidade de Toulosse para o doutoramento em engenharia elétrica. Já Tessler, como lembrou o cônsul, chegou a trabalhar por dois anos na Ecole Polytechnique. “Tenho prazer em entregar a medalha para estes dois amigos da França”, disse Peltot. As Palmes Académiques é a mais antiga honraria francesa, criada por Napoleão I, em 1808.
“Os dois homenageados desta manhã são merecedores de tamanha honraria", reconheceu o reitor Fernando Ferreira Costa. Ele acrescentou que graças aos vínculos que estabeleceram com diversas instituições e pesquisadores franceses, ambos contribuem de forma decisiva para o estreitamento e a intensificação das relações entre a Unicamp e a França. Segundo Costa, a Universidade sempre esteve muito próxima da França, atualmente o destino preferido de alunos da Unicamp e país com ao qual se mantém o maior número de acordos, 54 o todo. É de responsabilidade de Pissolato, coordenador adjunto de relações instituticionais e internacionais da Unicamp, os acordos de duplo diploma com 20 instituições francesas.
Tessler, assessor da Reitoria para projetos de internacionalização, morou na França em duas oportunidades. A primeira, em 1990, na Normandia, na beira do Canal da Mancha. Apesar de se deliciar “com a beleza discreta do contraste entre o céu sempre cinza e os campos de um verde brilhante”, a experiência de um ano foi desafiadora para um físico em um laboratório de química, segundo Tessler. “O choque de culturas científicas foi tão forte quanto o da cultura em geral.” Em sua segunda estada, de 1993 a 1994, para realizar doutorado na Ecole, em Paris, sentiu-se tentado a se radicar por lá, “mas essa força que só nós brasileiros entendemos sempre me empurrou de volta para cá”, confessou. De volta ao Brasil, publicou a tradução do livro Objetos Frágeis, de Pierre Gilles de Gennes, o qual teve oportunidade de conhecer na França.
Pissolato, reconhecido também por realizar e coordenar vários projetos importantes em engenharia elétrica em parceria com a comunidade científica francesa, chegou à França com sua esposa em 1982 para realizarem doutorado. Entre os projetos que coordenou está um do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com a Comissariat d’Energie Atomique (CEA) voltado à proteção contra descargas atmosféricas. “Depois disso tudo que vivi nesses 30 anos, só tenho a agradecer a esse país onde sempre fui tão bem acolhido e com o qual sempre mantive relações tão valiosas. Esse país que fez e faz parte da minha vida e onde, mesmo a quilômetros de distância, sempre me sentirei 'chez moi' [em casa]”, disse Pissolato durante a cerimônia.