Ecólogo discute saúde ambiental do meio
rural em Fórum Meio Ambiente e Sociedade

04/09/2012 - 11:00

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Anaruma Filho faz a primeira palestra do Fórum

Anaruma Filho faz a primeira palestra do Fórum

Professor Adriano Luís, organizador do evento

Professor Adriano Luís, organizador do evento

Professor José Roberto Guimarães

Professor José Roberto Guimarães

Plateia lota o Fórum no Centro de Convenções

Plateia lota o Fórum no Centro de Convenções

Professores Carmen Zink Bolognini e Adriano

Professores Carmen Zink Bolognini e Adriano

No Brasil, 29,9 milhões de pessoas residem em localidades rurais, distribuídas em 8,1 milhões de domicílios. Quase 70% dessa população capta água de chafarizes, poços ou diretamente de cursos d´água, sem o devido tratamento. Outro fato ainda vem a se somar a esse: 16 milhões dos moradores da zona rural vivem no país em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade. Os dados preocupantes foram fornecidos pelo ecólogo da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) Francisco Anaruma Filho durante a primeira palestra do Fórum Permanente Meio Ambiente e Sociedade, realizado no Centro de Convenções pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e organizado pela FEC e Departamento de Saneamento e Ambiente.

De acordo ainda com o ecólogo, que abordou o tema “Saúde ambiental do meio rural”, provavelmente o homem pode estar influenciando as mudanças climáticas no planeta, com várias consequências que começam localmente, uns prejudicando os outros. Um resultado disso é que 900 milhões de crianças têm episódios frequentes de diarreia pela falta de saneamento.

Grande parte das desigualdades na saúde ambiental, afirma o palestrante, tem a ver com os grupos de vulnerabilidade. Exemplo disso são as pessoas que se mudam para a zona rural antes mesmo de lá chegar o saneamento. Sobretudo as populações indígenas, quilombolas e de garimpeiros estão entre os mais vulneráveis em termos  ambientais.

Segundo Anaruma Filho, também 74% da população rural deposita dejetos em fossas rudimentares, que são espalhados e favorecem a contaminação do solo. Mas, para a aquisição de doenças ambientais, informa, a população tem que ser suscetível, tem que ter um agente infeccioso e um ambiente propício, além da existência de um vetor. 

A contaminação ambiental está presente na água, no solo e tem efeitos diretos ao diminuir a vida média das pessoas pelo aumento da mortalidade, advinda de inúmeras doenças. “Algumas doenças surgem com a água, como a cólera, a febre tifoide e a giardíase. Por outro lado, a falta de água também produz doenças como a sarna, a salmonelose e abre as portas para o aparecimento de piolhos", relatou o ecólogo.

Ele apelou à plateia do Fórum para atuar como multiplicadora do que aprendeu e a sensibilizar as autoridades para a promoção de políticas públicas mais efetivas nessa área. Anaruma Filho também discorreu a respeito de doenças como as virais, as causadas por protozoários e as ocasionadas pelos helmintos. Aproveitou para dar um conselho: as pessoas devem evitar diversões em locais que não conhecem e devem ensinar as crianças a lavarem as mãos ao saírem do banheiro e antes e após as refeições. O ecólogo ainda fez uma ressalva: "para o aparecimento dessas doenças é preciso que os agentes tenham temperatura, umidade e oxigenação adequadas, que são condições essenciais para adquiri-las”.

Comentários

Parabenizo a realização do Fórum Meio Ambiente e Sociedade.Como assistente social acredito que trabalhar preventivamente informando e educando é o caminho para contribuirmos com a prevenção de doenças na população.Sugiro que a Unicamp retome as campanhas que desenvolvia , como exemplo a prevenção de ambliopia na população da qual participei como estudante de serviço social no passado.

Email: 
mcamorosolima@gmail.com