Filme sobre Niza Tank será exibido em
Encontro de Educação Musical, quinta

04/09/2012 - 16:30

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Ikeda, Zan e Margareth

Ikeda, Zan e Margareth

Maracatucá abre encontro

Maracatucá abre encontro

O documentário As Joias da Princesa: Niza de Castro Tank, dirigido por Tereza Aguiar e Ariane Porto, será exibido no auditório do Instituto de Artes da Unicamp nesta quinta-feira (6), às 12 horas, dentro da programação do 5º Encontro de Educação Musical da Unicamp, em realização até quinta-feira. Com duração de 51 minutos, o filme conta momentos da vida e da carreira da soprano Niza Tank, que foi a primeira professora de canto do Departamento de Música da Unicamp e é considerada uma das personalidades mais importantes do canto lírico brasileiro. O projeto “As Joias da Princesa”, selecionado pelo Fundo de Incentivo à Cultura de Campinas (FICC), prevê a produção de documentários com personalidades importantes para a história da Princesa D’Oeste, Campinas, e Niza foi escolhida para abrir a série.

A primeira mesa-redonda do encontro estimulou um debate importante sobre a inserção de um repertório intercultural no ensino de música, obedecendo a uma orientação do Ministério da Educação brasileiro. Apoiado em sua viola e convidando o público a entoar cantos de congado, o professor do Instituto de Artes da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho Alberto Ikeda questionou sobre o sentido daquelas músicas para os “cantores” que as entoaram. Em seguida sugeriu uma reflexão sobre  a inserção da diversidade cultural no universo escolar, sugerindo que o professor precisa avaliar o sentido que determinados elementos teriam para os alunos atendidos por ele nas escolas onde leciona. Para ele, a simples repetição de letras multiculturais não terá sentido caso os alunos não tenham alguma experiência com tal conteúdo.  

Convidada também para compor a mesa, a professora Margareth Arroyo, da mesma universidade, disse que procura mostrar aos alunos de licenciatura em música que, como futuros educadores, precisam transitar por todas as culturas para transmiti-las a seus alunos nas escolas onde atuam, porém, no ambiente escolar há toda uma questão religiosa muitas vezes levantada pelos próprios pais de alunos.

Líder do grupo Maracatucá, responsável por recepcionar alegremente o público do encontro logo pela manhã, a professora do Instituto de Artes Glória Cunha destacou a criação do grupo Urucungos no ambiente acadêmico da Unicamp, pelas mãos de Raquel Trindade, mestre pela Unicamp. O Urucungos, segundo a musicista, foi criado na Universidade e logo envolveu alunos e funcionários e hoje conta com integrantes de comunidade campineira.

Como da mesa, o sociólogo e professor do Departamento de Música do IA Roberto Zan disse que a arte trabalha no plano da sensibilidade e, dessa forma, a música pode levar experiências que ajudem a escola na formação de novas gerações mais propensas a conviver com a diversidade.

A programação da quinta edição chama a atenção tanto pelo lançamento do projeto As joias da Princesa, como também pela programação na qual são inserido temas pertinentes ao interculturalismo nas escolas e à inserção do ensino de música nas escolas, a partir da Lei. A programação inclui também as oficinas “Maracatucá”, ministrada por Glória Cunha; “Atividades lúdico-musicais”, por Carlos Kater; “Música africana na sala de aula”, por Lilian Sodré; “O canto das nossas raízes ibéricas à atualidade”, por Juliana Coli; “Ritmos brasileiros”, por Ari Colares, entre outras. Toda a programação está disponível na página do evento.