A Unicamp é a primeira universidade brasileira a firmar um acordo de cooperação com a recém-criada Universidade Kimpa Vita, que surgiu da constituição de universidades regionais autônomas em Angola, nos anos 2008/2009, em uma extensão geográfica onde até então atuava a Universidade Agostinho Neto (Unam). A comitiva angolana veio chefiada pelo reitor Carlos Diakanamua e pelo pró-reitor Mbunga Nzinga David. No impedimento do reitor Fernando Costa, por parte da Unicamp o acordo foi assinado pelo professor Roberto Rodrigues Paes, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, na última quinta-feira.

“Somos uma universidade nova, mas cada um de nós já teve grande experiência na Unam, onde fui vice-reitor por quase onze nos. Naturalmente, estamos cheios de alegria de virmos à Unicamp rubricar este protocolo ‘chapéu’, em que as faculdades das duas instituições poderão fazer acordos específicos em suas áreas de formação”, disse o reitor Carlos Diakanamua. “Nossa universidade tem apenas dois anos e precisamos do apoio da Unicamp, pois queremos começar com bases sólidas em termos de qualidade de ensino e de pesquisa. Sem pesquisa, sem a formação de quadros para o país e sem mobilidade acadêmica, não há qualidade de ensino.”

As conversações para o acordo de cooperação foram conduzidas pelo professor Leandro Tessler na época em que ainda era coordenador de Relações Internacionais. “No entendimento do reitor Fernando Costa, a cooperação Brasil-África é estratégica para o futuro da Universidade  e de nossos países. Carregamos a herança de um colonizador comum, que é a mesma língua, mas temos pouquíssimos estudantes de países africanos lusófonos na Unicamp, ao passo que há muitos colombianos, peruanos, argentinos, que falam espanhol.”

Antes da cerimônia de assinatura do acordo, a comitiva de Angola fez visitas à área de saúde, ciceroneados pelos professores Francisco Aoki e Eliana Amaral. Segundo Eliana, que também é assessora da Pró-Reitoria de Graduação, uma das necessidades da Universidade de Kimpa Vita é de desenvolver uma área de diagnóstico. “Eles querem nossa colaboração na montagem de laboratórios, como de parasitologia e microbiologia. Como eles têm interesse especial por triagem de câncer uterino, também puderam conhecer a estrutura do Caism.”