AEL ensina
comunidade
a restaurar
fotos antigas
de família
13/09/2012 - 15:30
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Toda animada, Carmen Fonseca, secretária da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, mostrava uma foto antiga e amarelada datada de 1937, onde seu pai, Nei Almir, aparece ainda de fraldas. “Era um bebê bem bonito”, orgulhava-se. “Pediram que eu trouxesse uma foto antiga para aprender a recuperá-la de manchas e ranhuras. Gosto desse trabalho de reconstituição de documentos e quero fazer isso não só na minha casa, acho interessante levar também para a unidade.”
Carmen fez parte da quinta turma de funcionários da Unicamp que conseguiram uma vaga na disputada Oficina de Preservação de Documentos oferecida pelo Arquivo Edgar Leuenroth (AEL). No curso realizado em parceria com o Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), os participantes recebem noções básicas de conservação de fotografia em papel e instruções gerais para a sua reprodução e armazenamento em meio digital. São apenas 12 vagas por edição e a fila de espera é grande.
A manhã desta quinta-feira foi reservada para a aula prática no Laboratório de Preservação e Difusão, com a supervisora Castorina de Camargo e equipe de técnicos. “Estamos ensinando o processo de higienização”, explicou a especialista. “É uma limpeza manual com pó de borracha, a fim de remover toda sujidade que possa levar à degradação da fotografia, como poeira, excremento de inseto, marca de adesivo. Depois vem o trabalho de restauração propriamente, utilizando papel japonês e cola metilcelulose, finalizando com o acabamento e acondicionamento em jaquetas de poliéster. E todos vão sair com sua fotografia restaurada”.
Elaine Marques Zanatta, diretora técnica do AEL, disse que a oficina surgiu da preocupação do Arquivo em se aproximar mais da comunidade universitária, mostrando-se como instituição aberta a todos e não apenas de conservação e disseminação da informação. “A ideia é usar nossos recursos técnicos e estruturais para oferecer algo atrativo e motivador para os funcionários da Universidade, ao mesmo tempo em que valorizamos o potencial do AEL. A proposta de que trouxessem fotos antigas de família, para que aprendessem a tratá-las e digitalizá-las, foi um mote muito bom.”
Uma grata surpresa, segundo Elaine, é que o curso tem sido procurado por funcionários das mais diferentes unidades, seja por interesse pessoal em recuperar e preservar lembranças de família, ou porque trabalham em áreas que demandam certo conhecimento da técnica. “A oficina dura um dia e meio. Antes das aulas práticas, os participantes aprendem um pouco sobre o AEL e também sobre a importância da identificação e descrição da fotografia, pois muitas vezes já não nos lembramos das pessoas e dos lugares. À tarde, com a foto restaurada, eles verão como digitalizar e armazenar as imagens. E ainda levarão um kit completo de materiais para que continuem fazendo o trabalho em casa.”
Vivian Helena da Silva, estagiária de biblioteconomia da PUC de Campinas, trabalha na organização dos arquivos do Lume (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais) da Unicamp, e se inscreveu na oficina com mais duas colegas. “O Lume possui um acervo importante de fotografias e precisamos aprender a conservar esses arquivos. Viemos à oficina para tirar algumas dúvidas. Além disso, aprender um pouco sobre restauração é bom também para o meu curso na faculdade”.
Comentários
AEL ensina comunidade a restaurar fotos antigas de família
Tive a oportunidade de participar dessa oficina....Utilizarei com certeza na minha profissão de técnica em museologia. Sugro um módulo II para aprofundamento dos conhecimentos.Essa oficina deve ser modelo para as oficinas da UNICAMP.O clima é agradável e, é organizada e com qualidade. É de fato uma excelente vitrene para a UNICAMP.