A professora inglesa Anne Save de Beaurecueli fez várias viagens a São Paulo e Campinas para desenvolver workshops com alunos de arquitetura e urbanismo. Hoje, vive entre Londres e Brasil e, para mais segura exatidão, se mantém mais no Brasil. Nesta segunda-feira (17), ela participou cerimônia de recepção a novos professores especialistas visitantes que há um mês contribuem para aprimorar a formação de estudantes da Unicamp. Proprietária de um escritório na capital paulista, Anne vive sua primeira experiência dentro da grade horária oficial de estudantes brasileiros, apesar de recebê-los em seu escritório para as oficinas.

O Programa Professor Especialista Visitante, na opinião de Anne, é importante para alunos e professores da Universidade. No caso da arquitetura e urbanismo, os alunos estão tendo oportunidade de conhecer o que acontece no mundo, na Inglaterra, com benefício de uma estrutura de ponta já montada por docentes do curso ministrado na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp. “O curso permite o intercâmbio de informações sobre a indústria e coisas que estão evoluindo muito rápido”, explica Anne.  Para ela, a área exige a interrelação da academia com a profissão. Ela enfatiza que na Inglaterra há professores que dividem suas atividades entre a academia e o mercado. “Trabalham alguns dias da semana em escritório e outros na academia”, revela.

Anne ressalta a dedicação dos alunos no primeiro mês do programa. “Foi muito interessante. Os alunos são dedicados, querem aprender e têm ideias interessantes. Gosto muito de trabalhar com brasileiros. Gosto de trocar ideias com estudantes para aprender a cultura brasileira. É importante a troca de ideias com as pessoas para quem está desenvolvendo um trabalho. A universidade da Inglaterra sempre traz alunos para o Brasil. Em nossas oficinas, os alunos desenvolvem projetos sociais em lugares precários na cidade de São Paulo, e os estudantes brasileiros nos ajudam por terem entendimento melhor das necessidades daqui, além de poderem andar na rua e falar com pessoas importantes para o aprofundamento da pesquisa mais aprofundada.

A cada seis meses, Anne e seu marido realizam oficinas em escolas da Inglaterra, mas têm residência fixa no Brasil. A Unicamp, para ela, apresenta excelência não somente na estrutura, mas também na pedagogia desenvolvida para o ensino de arquitetura e urbanismo.

Com Anne, outros quatro professores foram recepcionados pelo pró-reitor de graduação Marcelo Knobel e uma de suas assistentes, a professora Gabriela Celani. São eles Miguel Carlos Madeira, em atuação na Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Antônio Capone Neto, na Faculdade de Ciências Médicas; Carlos Salas Páez, no Instituto de Economia; e Maurea Nicoletti Flynn, na Faculdade de Tecnologia de Limeira.

De acordo com Gabriela, o programa prevê a permanência de docentes de outras instituições de ensino superior brasileiras na Unicamp durante cinco meses para desenvolver projetos com alunos de graduação. As áreas de conhecimento cada semestre, de forma a atender todos os cursos, e os especialistas são indicados pela coordenadoria de graduação dos cursos.  “O ideal é que o projeto oferecido apresente informações importantes para potencializar a formação de nossos alunos de graduação”, acrescenta Gabriela.

Além da recepção, a PRG promove um encontro entre os professores selecionados para que, além de se conhecerem, tenham consciência da importância do programa para a Universidade e conheça.

Segundo Gabriela, algumas coordenadorias demonstram maior interesse e acabam sendo contempladas em chamadas subsequentes. “Eles mandam muitas propostas e quando há possibilidade de bolsas, acabam sendo contemplados.” Nem sempre os professores vêm desenvolver atividades ligadas a sua prática profissional. Muitas vezes, vêm para áreas de ciências básicas, como matemática, que recebeu profissional da área de pedagogia, e história, que recebeu especialista da área de arquivística. Ela acrescenta que os coordenadores têm se preocupado em indicar visitante ligado ao aspecto prático da área. Em algumas áreas, os coordenadores levantam, inclusive, a possibilidade de receber visitantes especializados em produção de livros didáticos. “Isso faz com que um profissional formado pela Unicamp aqui a alguns anos seja apto a atuar no mercado editorial, com atuação direta na sociedade”, explica Gabriela.