A mídia sob o foco de jornalistas
e pesquisadores da área de educação

19/09/2012 - 17:00

/
Maria Cyntia

Maria Cyntia

Graça Caldas

Graça Caldas

Cecília Pagani, Carmen Zink, Ana Luiza e Amorim

Cecília Pagani, Carmen Zink, Ana Luiza e Amorim

Em tempo de hiperlinks (referências de fácil acesso), como fazer com que o aluno se atenha a uma aula na qual sejam utilizadas as novas tecnologias? Como disse a assessora da Coordenadoria de Graduação da Unicamp, professora Carmen Zink, na abertura do Fórum Permanente Desafios do Magistério, nesta quarta-feira (19), “Fica difícil para nós, adultos, sabermos o nome de cada ‘I’ (iPod, iPad) que estão por aí, enquanto os alunos cada vez mais aparecem com novos equipamentos. Não podemos ignorar essa tecnologia, pois faz parte de nossa vida e é constitutiva de nossos alunos, por isso precisamos entender como isso pode ser usado como tecnologia a favor de nossa prática educacional”.

Com o tema “Sentidos da educação que se comunica: olhares da mídia”, o fórum teve como primeira palestrante a jornalista e professora da PUC-Campinas Maria Cynthia Andretta, aluna de doutorado da Unicamp. De acordo com Cynthia, as novas ferramentas disponíveis e que fazem parte da realidade dos estudantes podem dar sequência didática envolvendo diferentes disciplinas. Ao falar sobre sua própria experiência como professora, Cynthia disse que a resistência de alguns docentes deve-se à falta de conhecimento sobre as novas tecnologias. Ela enfatizou quem em um curso de extensão oferecido a professores de ensino fundamental,  conseguiu, com a prática,  desmistificar a utilização de novas  tecnologias em sala de aula.

Algumas atitudes do docente podem facilitar a comunicação com a atual geração de alunos, que precisa ver empolgação nas ações do professor. Uma delas é permitir que as pesquisas em internet aos alunos sejam orientadas. As perguntas propostas aos escolares também não podem ser óbvias, para que eles possam refletir sobre as respostas. Por outro lado, o professor deve fazer sua própria pesquisa para saber as facilidades oferecidas na internet.

A disposição de material complementar de aulas podem estar à disposição em blog ou rede social do professor ou das turmas para as quais ele leciona. Jogos interativos também são indicados para qualificar as aulas. Segundo Cynthia, há uma “lista de boas ações na web” que pode auxiliar o professor em sala de aula.

Para a jornalista Graça Caldas, professora no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), é preciso pensar no produto, no conteúdo e no suporte, mas mais importante é saber como o aluno receberá a informação. Para educar, o professor deve ter acesso a mais deum veículo de comunicação e comparar a abordagem de cada um deles a determinado assunto. A partir disso, o educador deve também estimular seus alunos a fazer uma leitura comparativa de textos de diferentes autores. Além de ter acesso a diferentes veículos e mídias, o leitor deve conhecer a natureza de cada empresa jornalística e a visão de cada jornalista. Durante a palestra, ela fez demonstração de capa de diferentes revistas sobre um mesmo assunto. “Quando escrevo estou imprimindo minha visão de mundo. Educadores e comunicadores devem ajudar os leitores a redescobrirem o mundo real fora das telas para a construção de saber coletivo e autônomo”, acrescenta.

De acordo com a jornalista, os parâmetros curriculares mostram que é preciso criar leitores críticos, jornalistas críticos. “Tenho de ser crítico para o mundo, ter visão crítica do mundo. Temos de pensar o universo em várias dimensões e desvendar o conhecimento”, pontua. Em sua opinião, o professor não pode educar se não tiver visão política do mundo. “Não digo visão partidária. Isso independente do partido a que pertençamos. Somos seres políticos e sociais; devemos ser politizados.”

Organizado pela Faculdade de Educação, pela Associação de Leitura do Brasil e pela Rede Anhanguera de Comunicação, representada pela professora Cecília Pagani, o fórum é uma realização da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU).