Ela voltou. Aguardada há mais de 60 dias em praticamente todo o Estado de São Paulo a chuva da noite de quarta-feira (19) prenuncia a primavera, que começa no próximo dia 22. No geral, mansa e boa, apesar do forte vento que provocou estragos localizados no interior e interrupção de energia em alguns municípios, como Campinas, Piracicaba, Americana e Sumaré. 

“A frente fria que chegou deve abranger todo o Estado nos próximos dias. Portanto, este tipo de chuva fraquinha permanece de modo geral, com nebulosidade mais alta e chuvisco por pelo menos dois dias. Não há chuva pesada programada ainda”, tranquiliza o especialista em previsão climática Hilton Silveira Pinto, diretor-associado do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura (Cepagri) da Unicamp. 

A chuva que encerrou longo período de estiagem já traz melhorias significativas para a população do ponto de vista da umidade relativa do ar, embora tenha pouco valor para a agricultura. “Para o início de plantio agrícola é preciso haver, pelo menos, duas chuvas mais fortes. Choveu, por enquanto, apenas 1,7 milímetros. Agora, para a saúde e conforto térmico da população, a chuva já colabora bastante. A umidade relativa aumentou um pouco e a poeira já diminui”, esclarece Hilton Silveira Pinto, engenheiro agrícola e docente do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. 

Massa de ar quente e úmido pode trazer temporais
As chances de chuva diminuem no próximo domingo (23), mas, em seguida, uma nova frente fria abre as possibilidades para temporais. “O temporal ocorre quando há a entrada de uma massa de ar frio rapidamente. Mas essa massa tem que encontrar uma outra massa de ar quente que, por sua vez, tem que estar úmida. Então, essa entrada da frente fria de ontem deixou o ar mais úmido e abre caminho para uma próxima frente fria mais forte. Aí sim pode causar temporal”, alerta o diretor do Cepagri.