A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) recebeu, na manhã desta quarta-feira (26), a visita do reitor da Unicamp, professor Fernando Costa, que fez uma palestra sobre a “História de um caso concreto de cooperação com o Reino Unido" no contexto do evento Parcerias Científicas Brasil–Reino Unido: Oportunidades de Financiamento para Pesquisas e Inovação. O reitor abordou o modelo de cooperação existente entre a Agência de Inovação Inova Unicamp com a Cambridge Enterprise, um escritório que comercializa novas tecnologias da Universidade de Cambridge.

Fernando Costa destacou a importância desse acordo com a Cambridge Enterprise, que se trata de uma referência mundial no âmbito do empreendedorismo e da inovação, enfatizando que “a parceria apoia o avanço do país para uma economia baseada no conhecimento, por meio do desenvolvimento e da implementação de estratégias coerentes de comercialização da propriedade intelectual”.

A Unicamp, relembrou ele, também tem uma tradição em inovação, "com 222 spin-offs que empregam mais de 8.500 funcionários, 29 empresas graduadas e outras 14 incubadas, muitas com grande sucesso internacional”, disse. O Reino Unido é o segundo maior parceiro do Brasil em pesquisa científica e a Universidade de Cambridge considera o país uma parceria estratégicanas próximas décadas.

Durante o mesmo encontro foi renovado o acordo de cooperação mantido pela Fapesp desde 2009 com os Conselhos de Pesquisa do Reino Unido (RCUK, na sigla em inglês) e firmado acordo com a University of East Anglia, de Norwich, na Inglaterra. Com o Economic and Social Research Council (ESRC), o atual acordo passará a incluir colaboração com pesquisadores em nível de pós-doutorado.

Além do anúncio dos acordos entre as instituições brasileiras e britânicas e do resultado da chamada de propostas de pesquisa conjunta com a Universidade de York, foram apresentados os projetos aprovados pelo acordo Fapesp/RCUK.

Realizou-se ainda um debate com os reitores britânicos Eric Thomas (Universidade de Bristol), Colin Riordan (Universidade de Cardiff), Don Nutbeam (Universidade de Southampton), Louise Richardson (Universidade de St. Andrews), Colin Bailey (Universidade de Manchester), Martin Bean (Universidade de Open), Brian Cantor (Universidade de York) e Peter Mills (Universidade Harper Adams), além de David Willetts, ministro britânico para a Ciência e Educação Superior, acerca dos mecanismos disponíveis para financiamento à pesquisa bilateral e os próximos passos da colaboração científica envolvendo Brasil e Reino Unido.

Os convênios buscam aumentar a aproximação entre cientistas da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Brasil, ao apoiar a execução de projetos em todas as áreas do conhecimento, incluindo o intercâmbio de pesquisadores e alunos de pós-graduação. Desde 2009, o acordo entre Fapesp e RCUK lançou chamadas com os conselhos britânicos de Artes e Humanidades (AHRC), de Biologia e Biotecnologia (BBSRC), de Pesquisas Econômicas e Sociais (ESRC) e com o Natural Environment Research Council (NERC).

Ao todo, foram concedidos apoios a projetos de pesquisa nas áreas de Bioquímica, Geociências, Fisiologia, Genética e Morfologia, com dispêndio total de mais de R$ 3 milhões, dos quais já foram desembolsados cerca de R$ 600 mil. Todas as pesquisas contempladas na primeira chamada do acordo Fapesp/RCUK continuam em vigor. Estão atualmente em análise projetos apresentados em uma segunda chamada com o NERC nas áreas de Processos da Biodiversidade e de Ecossistemas em Florestas Tropicais Modificadas pelo Homem.