Nos últimos dias, 12 universidades alemãs estão excursionando pelo Brasil, promovendo oportunidades de intercâmbio sobretudo por meio do programa Ciência sem Fronteiras (CSF), que tem como uma de suas mais destacadas parceiras no país a Unicamp. A visita desta quinta-feira foi ao campus de Campinas. A comitiva esteve na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na quarta-feira e na próxima segunda-feira estará na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O grupo veio dar uma demonstração de como atuam as suas respectivas instituições. Nesse “tour” buscam-se principalmente  desenvolvimento de intercâmbios, além de parcerias.

O professor Euclides de Mesquita Neto, pró-reitor de pós-graduação da Unicamp, que esteve à frente dos trabalhos com as 12 universidades alemãs, em evento sediado no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc), afirmou que a Unicamp sempre se entendeu muito com as universidades de pesquisa e, segundo ele, a mobilidade faz parte de seu portfólio.

Ele lembrou que a Alemanha, por exemplo, tem uma forte tradição neste tipo de universidade, pois a origem das universidades de pesquisa se deu lá, relação que foi muito estimulada ao longo deste século. O próprio professor Euclides foi bolsista do DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) no período de 1983 a 1988, um antigo parceiro da Unicamp em intercâmbios acadêmicos. Em sua opinião, essa relação deve se ampliar muito.

O diretor do DAAD Christian Müller comentou que espera que o vínculo das universidades alemãs com as brasileiras seja duradouro, cultivado e aplicável durante a vida acadêmica tanto de professores quanto de pesquisadores. “O CSF será um marco na expansão do ensino superior brasileiro. Não existe outra iniciativa desta envergadura e com o volume proposto, além de sua importante atuação internacional”, pondera.

Mas embora a "turnê alemã" tenha o intuito de divulgar a priori o programa CSF, a comitiva também está difundindo outras oportunidades de estudos. “Estamos mantendo programas de doutorado e pós-doutorado tradicionais, porque aumentamos a oferta de bolsas para o Brasil em todas as áreas”, pontua ele.

De acordo com Müller, o sistema de ensino superior na Alemanha é composto de quatro tipos de universidades: as universidades que compreendem todas as áreas do conhecimento, menos as engenharias; as de tecnologia; as de ciências aplicadas; e os cursos não universitários de pesquisa.

Alberto Luiz Serpa, coordenador da Coordenadoria de Relações Internacionais e Institucionais (Cori) da Unicamp, agradeceu a visita alemã, que escolheu a Universidade de Campinas para sediar esse evento sobre as oportunidades de estudo e pesquisa na Alemanha. “Que as atividades frutifiquem para criar parcerias de longo prazo”, salientou. Aproveitou para realçar que são ingredientes para viabilizar a mobilidade o desempenho acadêmico, a habilidade linguística e os recursos financeiros. “Sobre esses recursos, o CSF vem supri-los hoje, que há pouco tempo era um gargalo de outros programas. A chance de vocês realizarem um intercâmbio será muito grande”, informou.

A primeira universidade a falar sobre as possibilidades de estudos foi a Albstad-Siegmaringen, que tem dois campus e as áreas de engenharia e economia como cursos de maior destaque. A universidade reforça o conteúdo teórico e uma chance de estagiar no setor industrial. As salas de aula são pequenas e foram pensadas de modo a facilitar o contato com os professores e com as leituras. A instituição põe ênfase em ajudar na carreira dos estudantes, entre outros oferecimentos.