Oito por cento do lucro dos executivos das grandes corporações vem das mãos da secretários. Um serviço bem-feito gera uma economia de tempo: a cada 60 horas trabalhadas por eles, as secretárias o ajudam a economizar cinco horas. Esta rápida conta foi fornecida pelo consultor organizacional Rogério Carlino durante solenidade de homenagem ao Dia das Secretárias no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), na manhã desta quarta-feira, cuja programação prossegue ao longo do dia.

Segundo Carlino, que fez uma palestra motivacional a respeito da atuação do secretário, tanto no âmbito do setor privado quanto do público, afirmou que atualmente as relações estão ficando todas muito iguais e previsíveis, mas que o diferencial acaba mesmo sendo as pessoas. “E, no caso dos secretários, eles representam esse diferencial, isso porque sobretudo são a primeiro etapa de um contato, que começa no atendimento ao cliente. Se esse atendimento for bom, existe uma grande chance de uma parceria nascer”, pontuou.

O evento, organizado pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e pela Agência para a Formação Profissional da Universidade (AFPU), foi aberto pelo coordenador-geral da Universidade, professor Edgar De Decca, que salientou o valioso trabalho dos secretários no crescimento da Universidade. Disse que momentos como esse, o marco desse dia (que é comemorado no dia 30 de setembro), permitem refletir mais detidamente sobre as relações interpessoais e sobre os saberes. “Temos uma dívida impagável com vocês, e uma reunião como esta serve para consagrá-los pelo domínio que têm dos muitos saberes”, falou De Decca a uma plateia repleta de secretários, vindos de diferentes unidades da Unicamp.

Enquanto o chefe de Gabinete José Ranali enfatizou a justiça da homenagem, a diretora da AFPU Gláucia Lorenzetti abordou o aspecto da tradição do evento, que se repete há anos, e do valor de comemorá-lo, e o diretor do GGBS Edison Lins destacou o reconhecimento aos serviços desse profissional.

Sônia Neves, funcionária do programa Cinapce (Cooperação Interinstitucional de Apoio a Pesquisas sobre o Cérebro) da FCM, é secretária há 15 anos na Unicamp. Atua dentro do HC, no terceiro andar, junto ao Laboratório de Neuroimagem. Ela conta que aprendeu a ser secretária trabalhando, apesar de fazer alguns cursos de aprimoramento profissional nas áreas de seu interesse. Sente que ser secretária lhe abriu as portas para outras possibilidades. Estudar foi uma delas. Neste próximo ano, deve começar o curso de graduação em Gestão Pública. Enquanto não chega essa hora, a funcionária continua se esforçando por desempenhar suas tarefas cotidianas, que são fazer o controle financeiro, contábil, patrimonial, compras, atendimento e secretariar o neurologista Fernando Cendes.

Como ela, André Costa de Souza também valoriza muito o fato de ser secretário, um dos poucos do sexo masculino mas que já engrossam as estatísticas. “Tive muita ajuda das pessoas e também me empenhei”, informou. Iniciou como mensageiro no setor de Manutenção do "Hospital da Mulher" e lá fez sua trajetória profissional. Continua trabalhando no mesmo local, agora como secretário, há cerca de 12 anos. Estando na Universidade, decidiu prosseguir os estudos e felizmente formou-se fisioterapeuta. No momento, já realiza atendimento domiciliar. Entre as qualidades que adquiriu atuando como secretário foi aprender a conviver com as pessoas, tarefa a respeito da qual se diz muito satisfeito. "Ser secretário é muito bom", revelou.