Para cientistas,
hidrogênio será
integrado à
matriz
energética
03/10/2012 - 14:50
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Diversos cientistas reunidos em workshop internacional promovido pela Unicamp expuseram perspectiva bastante positiva sobre a utilização energética do hidrogênio no país. Para o físico Newton Pimenta Neves Jr., um dos organizadores do 6º Workshop Internacional sobre Hidrogênio e Células a Combustível (WICaC), não restam dúvidas da integração do hidrogênio à matriz energética nacional e mundial. Classificada como uma fonte renovável, a energia do hidrogênio é obtida a partir da combinação deste elemento químico com o oxigênio. A fusão entre as duas substâncias produz vapor de água liberando energia, que pode, por sua vez, ser convertida em eletricidade.
“A crescente demanda de energia pela humanidade exige melhores estratégias para utilizar as fontes tradicionais; para desenvolver novas fontes; e para melhorar o desempenho energético dos processos de conversão de energia. Neste cenário, o hidrogênio vem ganhando destaque como matriz energética, na medida em que também aumentam a participação da energia solar e eólica. De fato, eu não tenho dúvidas de que o hidrogênio já está sendo integrado à matriz energética mundial, pois várias aplicações, de quilowatts a megawatts, têm se demonstrado viáveis técnica e economicamente, como veremos no decorrer desta conferência”, afirma Newton Neves.
O evento, que acontece até sexta-feira (6) no Centro de Convenções, reúne cientistas, autoridades governamentais e empresariais do Brasil e de países como Canadá, Alemanha, Argentina e Itália. É organizado pelo Laboratório de Hidrogênio do Instituto de Física da Unicamp, coordenador pelo docente Ennio Peres da Silva; e pelo Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio (CENEH), representado por Newton Neves, que também é pesquisador da Unicamp. O Brasil está entre os quatro países que mais utilizam o hidrogênio como combustível para veículos, aponta o pesquisador da Unicamp e organizador do workshop. “O hidrogênio vai ‘acontecer’ na matriz energética mais cedo do que muita gente imagina. Grandes quantidades de energia dificilmente podem ser armazenadas na forma de eletricidade, em baterias. Mas com o hidrogênio isso é possível”, justifica.
O pró-reitor de pesquisa da Unicamp, Ronaldo Aloise Pilli, destacou a contribuição do evento para a área. “É uma satisfação participar deste workshop que já é tradicional no âmbito do país de uma maneira geral. Este evento teve a sua primeira edição em 2002 e desde então vem se consolidando como um foco de discussão importante para questões relativas à produção e utilização de uma matéria-prima que, sem dúvida, deverá compor a matriz energética do nosso país. Tenho certeza que a Unicamp, como já vem fazendo há muitos anos, saberá dar a sua contribuição nesta área”, ressaltou o pró-reitor, que representou, na oportunidade, o reitor Fernando Ferreira Costa. Também participaram da abertura do Wokshop, Adriano Duarte Filho, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e Newton Cesario Frateschi, diretor-associado do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.
Experiência do Canadá e Alemanha são destaques
Canadá e Alemanha são países modelos quando se trata da aplicação do hidrogênio para a geração de energia. As principais experiências destes países nesta área serão apresentadas durante o evento. O vice-presidente da empresa canadense Ballard, Christopher Guzy, fará uma exposição sobre os programas de ônibus a hidrogênio da empresa no mundo. E o diretor da Organização Alemã para o Hidrogênio (NOW GmbH), Klaus Bonhoff, mostrará os programas e políticas do hidrogênio e células a combustível na Alemanha .