Projeto Aulas Magistrais debate
a questão da progressão escolar

04/10/2012 - 16:00

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A professora Debora Jeffrey durante a palestra

A professora Debora Jeffrey durante a palestra

O pró-reitor Marcelo Knobel apresenta a conferencista

O pró-reitor Marcelo Knobel apresenta a conferencista

A docente da FE recebe premiação de Geraldo Alckmin

A docente da FE recebe premiação de Geraldo Alckmin

Embora tenha surgido nos anos 90 como alternativa para superar alguns dos problemas da educação, como a reprovação e a evasão escolar, as propostas de ciclos e progressão escolar não emplacaram no Brasil. De acordo com a professora Debora Cristina Jeffrey, chefe do Departamento de Políticas, Administração e Sistemas Educacionais (DEPASE) da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, 62% das matrículas efetuadas no país ainda seguem o sistema de seriação. Esses e outros dados foram discutidos no início da tarde desta quinta-feira (4) pela docente, que participou do projeto Aulas Magistrais¸ promovido pela Pró-Reitoria de Graduação.

De acordo com Debora Jeffrey, as discussões em torno dos ciclos e da progressão escolar não são novas no Brasil. Elas remontam à década de 20. Naquela época, porém, o principal objetivo dos defensores da ideia era reduzir os gastos com educação, por meio do combate à reprovação. Já nas décadas de 80 e 90, o conceito foi alterado, e passou a incorporar outras metas, como democratizar o ensino e ampliar as oportunidades educacionais.

Na visão de alguns autores, conforme a professora da FE, os ciclos e a progressão continuada ainda estão em construção. Em São Paulo, onde a medida passou a vigorar desde 1998, ainda há questões a serem discutidas e superadas. “Não se trata simplesmente de ser contra ou a favor dos ciclos e nem tampouco considerar que o sucesso ou o fracasso do aluno, por exemplo, pode ser avaliado em um ano letivo. É preciso pensar a educação de forma mais geral. Ela tem que ser o resultado de uma construção coletiva”, ponderou.

As pesquisas desenvolvidas por Debora Jeffrey em torno do regime de ciclos e progressão continuada renderam recentemente à docente o Prêmio Fundação Bunge 2012. No último dia 2 de outubro, ela recebeu das mãos do governador Geraldo Alckmin um diploma, uma medalha e um cheque de R$ 50 mil, em cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

O projeto Aulas Magistrais é realizado uma vez ao mês. Os convidados são docentes e pesquisadores com destacada produção acadêmica e intelectual. As conferências são gravadas e ficam disponíveis no site da PRG, neste link.