PAD/PED promove produtivo diálogo entre gerações

08/10/2012 - 16:10

/
Mesa com os palestrantes

Mesa com os palestrantes

O professor Luiz Marco Brescansin durante sua fala

O professor Luiz Marco Brescansin durante sua fala

O público lotou o auditório para ouvir os docentes

O público lotou o auditório para ouvir os docentes

De um lado, a experiência e o desejo de compartilhar. Do outro, a juventude e a vontade de aprender. Esta talvez seja uma boa forma de resumir o 3º Encontro de Aperfeiçoamento PAD/PED, realizado na tarde desta segunda-feira (8) no Centro de Convenções da Unicamp. Promovido pelas pró-reitorias de Graduação e de Pós-Graduação e pelo Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA)², o evento reuniu os professores Fernando Hashimoto (IA), Jorge Coli (IFCH), Luiz Marco Brescansin (IFGW) e Sigisfredo Luís Brenelli (FCM), que falaram para uma plateia formada por alunos participantes do Programa de Apoio Didático (PAD) e do Programa de Estágio Docente (PED).

Os trabalhos foram conduzidos pelo professor José Alves de Freitas Neto, coordenador do (EA)². O primeiro a falar foi Brenelli, que discutiu a questão da formação dos médicos no país. Ele lembrou que não basta ser um bom médico para ensinar medicina. O docente também destacou que o modelo pedagógico adotado pelas escolas médicas brasileiras é anacrônico. “O ensino é excessivamente fragmentado e compartimentado. Isso leva à formação de profissionais inadequados para dar conta das demandas sociais”, afirmou. Na opinião de Brenelli, uma alternativa ao modelo atual é estimular a interdisciplinaridade e organizar o processo de formação dos médicos a partir do perfil epidemiológico da população.

Em sua fala, Hashimoto também criticou a compartimentalização, algo que está na origem do ensino de música na academia, segundo ele. De acordo com o docente, o que se está buscando atualmente é a interdisciplinaridade. “A divisão por disciplinas deve-se ao pensamento segundo o qual cada docente deve se ocupar somente de um tema. O que estamos querendo agora é aliar a expertise ao trabalho conjunto. Não é uma tarefa fácil de ser atingida, mas é preciso encarar o desafio”.

Brescansin e Coli preferiram falar de suas experiências como docentes. O primeiro, de forma bem-humorada, deu algumas recomendações aos alunos PAD/PED que queiram se dedicar à docência. Segundo ele, é natural que os professores em início de carreira sintam ansiedade, timidez e insegurança. “São inquietações que atingem a maioria das pessoas. Para enfrentá-las, é possível adotar alguns procedimentos. Preparar bem as aulas, ter domínio sobre o assunto a ser abordado e exercer a autoridade em sala de aula – sem ser autoritário! - são cuidados recomendáveis”, disse.

Coli concordou com Brescansin em relação às precauções que o jovem docente deve tomar. “Eu mesmo, no início da carreira, escrevia minhas aulas como se fossem um texto de teatro. Até as piadinhas eu registrava”, revelou. Conforme o docente, que ministra a disciplina de História da Arte e da Cultura, ler é muito importante, mas não é suficiente para uma pessoa que queira de transformar em historiador da arte. “Há também questões ligadas à intuição. Para aprender a interpretar um quadro, não basta saber o que outros já disseram sobre ele. A própria pessoa é quem tem que saber que impressões a obra lhe causou”.