Saudades e lembranças marcam abertura de
colóquio em homenagem a Milton Almeida
15/10/2012 - 12:00
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Um painel de capas de livros e revistas colore a entrada para o Salão Nobre da Faculdade de Educação, onde a maioria dos eventos da área acontece. A mistura de cores é assinada por alguém que deixou saudades e ao mesmo tempo uma amplitude de conhecimentos à comunidade da FE e, como não poderia deixar de ser, de acordo com as palavras de seu atual diretor, Luiz Carlos de Freitas, é homenageado justamente no Dia do Professor (15 de outubro). Foi neste clima de saudade e lembrança, ressaltado por Freitas e pelo professor Venceslau Machado de Oliveira, que aconteceu a abertura do Colóquio “Milton José de Almeida: Imagens e Palavras”, idealizado em homenagem ao saudoso professor falecido em 19 de outubro de 2011. Muitos vão falar sobre Milton e sua obra entre hoje (15) e amanhã (16), entre eles amigos e pesquisadores e ex-alunos da FE.
“Este vai sempre fazer muita falta”, disse Oliveira ao recepcionar uma amiga convidada para o evento. Atual coordenador do Olho, laboratório de Imagem e som criado por Milton na FE, Oliveira disse que, apesar do luto, a FE buscou uma forma de comemorar com alegria o primeiro aniversário de morte de Milton, porque a despeito da ausência física, o amigo sempre viverá na memória das pessoas que com ele conviveram.
Professor da área de educação atuante em áreas multifacetadas. Estava tanto para a imagem quanto para o texto, analisando como essas duas formas de expressão se configuravam no mundo e no pensamento humano, segundo Oliveira. O colóquio se faz importante para manter viva a obra do professor, seja pela produção escrita ou pictórica, de acordo com Oliveira, que diz ter aprendido muito com Milton.
O “homem que lia”, conforme qualificou a professora da Faculdade de Educação Águeda Bernadete Bittencourt, está sendo lembrado nesses dois dias pela sua inquietação em relação à mudança da paisagem urbana, aos romances com desfecho harmonioso e arranjado, aos filmes comerciais, pelos passeios a museus nos quais não permanecia por mais de duas horas. “Ele dizia que depois de duas horas a mente humana não consegue fixar mais nada. Tudo se mistura”, revela Águeda. O “homem que lia” e não deixava passar despercebida nenhuma imagem nenhuma paisagem, nenhuma troca de alvenaria por vidros, nenhuma troca de gente por manequins sem vida, como aconteceu em muitos bairros de Campinas, está sendo lembrado por aquilo que leu e não deixou de analisar em trabalhos como “A produção política e genética da criança feliz, bonita e inteligente, artigo visual preparado pelo professor Milton para abertura do curso ‘A educação de crianças pequenas’”. Porque o que importava para ele nas imagens e na escrita era a educação, de acordo com Águeda.
O “homem que lia” está sendo homenageado com uma programação especial regada a atividades acadêmicas e artísticas, uma exposição de suas capas no saguão do Salão Nobre (15 a 16), a dança coreografada “Simba”, por Adilson Nascimento, além da “Exposição com Obras Plásticas e Audiovisuais de Milton José de Almeida”, no Sesc Campinas, até 20 de novembro.
A programação completa do colóquio pode ser conferida na página do evento.
Programação Sesc Campinas
16/10
às 19h30 – Apresentação do espetáculo “Pelo espaço vazado para os entremeios”
às 20h30 – Abertura da Exposição com Obras Plásticas e Audiovisuais de Milton José de Almeida – Visita até 25 de novembro.
Comentários
Mais uma Contribuição de Milton
Parabéns a todos(as) organizadores por esta homenagem! Relembro que o logo da Pós Graduação foi desenhado pelo Milton. Na ocasião eu estava no cargo de Coordenadora da Pós. Decidimos fazer um Caderno/Boletim Informativo(creio que foi o primeiro do Programa, em 1992 ou 93). Não havia a page ainda, a era da informatização estava engatinhando. Milton aceitou de pronto e ajudou na construção do Caderno, do desenho do logo, a cor da capa rosa claro com as letras em vinho etc.
Abçs
Maria da Glória Gohn
Homenagem - Saudações
faço dessa frase uma homenagem ao Amigo que foi, prof.Milton
Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro.
D. Pedro II