Sine Larsen fala sobre pesquisas e
Ano Internacional da Cristalografia
24/10/2012 - 19:40
- Text:Da Redação
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O termo cristalografia pode soar estranho, inicialmente, aos leigos, mas a verdade é que esta ciência pode estar presente em atividades humanas. Os cristalógrafos fazem questão de lhe chamar de ciência por ser embasamento para outras ciências como a química, a biologia, a matemática, a física. Segundo a professora Iris Torriani, do Instituto de Física Gleb Wattaghin (IFGW) da Unicamp, muitos estudos têm como ferramenta a cristalografia tanto do ponto de vista experimental quanto teórico. Estes, entre outros, são motivos para se comemorar a iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) de proclamar 2014 o Ano Internacional da Cristalografia, na opinião de Sine Larsen, ex-presidente da União Internacional de Cristalografia. Em conferência no auditório do IFGW, nesta quarta-feira (24), ela disse que uma agenda especial está sendo programada para 2014.
Atual diretora do Max-Lab, Sine mostrou a importância de suas pesquisas em cristalografia na área de biologia estrutural para as áreas de medicinas, farmacologia e biologia. Na ocasião, falou sobre sua atuação como diretora do European Synchrotron Radiation Facilit (ESRF) em que participou da automatização e padronização do instrumental das linhas de luz sincrotron para incrementar a eficiência dos experimentos. Ela foi uma das incentivadoras do uso das linhas por empresas comerciais. Segundo a professora, a cristolografia tem sido importante em vários desafios na área de biologia estrutural e também em estudos a respeito do Plasmodium Falciparum, parasita causador da malária em humanos. Ela fez questão de enfatizar que 200 milhões de pessoas são infectadas a cada ano no mundo, sendo a maioria das vítimas da população feminina e infantil.
Como docente e líder de grupo de pesquisa na Universidade de Copenhagen, na área de química estrutural, Sine tornou-se referência em experimentos com biomoléculas, proteínas e ácido nucléicos.
Durante o dia, Sine pôde rever alguns parceiros nas pesquisas em cristalografia, como a professora Iris, que comemorou a oportunidade de receber a amiga para uma visita aos laboratórios do Instituto de Química e do IFGW, onde Iris é professora. “Sua presença aqui é importante para a divulgação do Ano Internacional da Cristalografia e por ser a segunda mulher a presidir a União Internacional de Cristalografia. A primeira foi a ‘prêmio nobel’ Dorothy Hodgkin”, declara Sine.
Iris destaca a importância da participação de cristalógrafos brasileiros em associações nacionais e internacionais. Como membro da União Internacional, ela está animada com as atividades a serem desenvolvidas na programação do Ano Internacional. “Mostraremos para as crianças, inclusive, a importância da cristalografia na vida delas. Vamos entregar a elas cloreto de sódio para que transformem em um cristalzinho de sal, por exemplo”.