Comunicação é 'instituição' fundamental
da ciência, defende Carlos Vogt
durante seminário internacional
26/10/2012 - 14:20
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O princípio básico da ciência acadêmica é o de que os seus resultados devem ser públicos. A 'instituição' fundamental deste fenômeno passa a ser, portanto, o seu sistema de comunicação. O linguista Carlos Vogt expôs o pensamento do cientista inglês John Ziman (1925 - 2005) para destacar a importância da divulgação científica. O docente do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e ex-reitor da Unicamp abriu na manhã de sexta-feira (26) a 2ª edição do seminário internacional Empírika – Comunicação, Divulgação e Percepção de Ciência e Tecnologia.
“A ciência é um fenômeno de grande complexidade e, ao mesmo tempo, de grande presença determinante da sociedade, sobretudo a contemporânea, que não por acaso é identificada como ‘sociedade do conhecimento’. Os cientistas estão se dando conta de que o aspecto fundamental da ciência é a sua comunicação para além dos pares, como registrou Jonh Ziman”, resgatou Vogt durante o evento, que acontece até sábado no auditório do IEL. (veja programação completa).
O Empírika, idealizado pelo filósofo Miguel Ángel Quintanilla Fisac, da Universidade de Salamanca, é um evento bienal e itinerante, cuja primeira edição foi realizada em 2010 na Espanha. No Brasil, o Seminário é coordenado pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), criado em 1994 por Carlos Vogt. Além deste evento científico, o Empirika envolve a realização da Feira Ibero-americana da Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontece até 27 de outubro na cidade de São Paulo.
Presente nos debates de abertura do Seminário, o seu fundador Miguel Quintanilla afirmou que o Empirika foi pensado para “ser um embrião que deve constituir em iniciativa desencadeante de processos culturais novos”. O docente, ex-secretário de Estado de Universidades e Pesquisa da Espanha, defendeu a ampliação da divulgação de ciência, porque, ela faz parte do cotidiano das pessoas, argumentou. Atualmente, Quintanilla coordena o Instituto de Estudos da Ciência e da Tecnologia (Ecyt, na sigla em espanhol). Após os debates pela manhã no Seminário, o cadedrático espanhol foi recebido pelo reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa.
Também presente no debate matutino, o físico e pró-reitor de Graduação da Unicamp, Marcelo Knobel, disse que tornou-se imperativo aos cientistas a divulgação de suas pesquisas para a sociedade. Knobel, que coordena a coleção Meio de Cultura (Editora da Unicamp) voltada à popularização da ciência, destacou as diversas atividades da Universidade nesta área, como os cursos oferecidos pelo Labjor e as obras publicadas pela Editora. “É importante discutirmos novas maneiras de divulgar ciência e debatermos a sua percepção pública”, pontuou o docente, sobre a relevância do Empirika.