Fórum discute medicalização de crianças
e adolescentes em âmbito internacional

21/11/2012 - 15:19

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A organizadora Aparecida Moysés

A organizadora Aparecida Moysés

Mesa de abertura

Mesa de abertura

Gisela Untoiglich, da Universidade de Buenos Aires

Gisela Untoiglich, da Universidade de Buenos Aires

Público acompanha evento

Público acompanha evento

João Geraldi durante conferência de abertura

João Geraldi durante conferência de abertura

Há um processo crescente de diagnósticos de doenças, sobretudo daquelas ligadas ao comportamento e aprendizagem. É preciso, portanto, refletir sobre a medicalização em crianças e adolescentes, alerta a professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Maria Aparecida Affonso Moysés. A docente do Departamento de Pediatria é uma das organizadoras do Fórum Permanente que discutiu esta temática, em âmbito internacional, na quarta-feira (21) no Centro de Convenções da Unicamp. 

“Devemos parar e pensar se uma questão ligada ao comportamento é doença mesmo. Hoje, por exemplo, não encontramos pessoas tristes, só tem ‘deprimidos’. E está cada vez pior. Crianças e adolescentes com comportamentos não aceitos socialmente são transformados em doentes. E a comprovação disso na ciência médica, muitas vezes, não existe”, aponta Aparecida Moysés.

O evento, sistematizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), reuniu especialistas da medicina, educação, psicologia e linguística do país e da América Latina. A estudiosa Gisela Untoiglich, da Universidade de Buenos Aires, afirmou que o fórum na Unicamp faz parte da “construção de um movimento internacional no Chile, Portugal, Espanha, França e Argentina para debater este problema”.

No ano passado a Unicamp já abordou o assunto durante fórum que tratou especificamente da medicalização na educação. Naquela época foram debatidos os excessivos diagnósticos de transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e dislexia, lembrou a organizadora Aparecida Moysés. 

Além da docente da FCM e da estudiosa da Universidade de Buenos Aires, a abertura do evento deste ano contou com a presença dos professores da FCM, José Dirceu Ribeiro e Maria de Lurdes Zanolli. Também participaram, Carmen Zink Bolonhini, da CGU; e Maria da Piedade Romeiro de Araújo Melo, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. A conferência de abertura foi ministrada pelo professor de linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), João Wanderley Geraldi, sob a coordenação de Cecilia Azevedo Lima Collares, da Faculdade de Educação (FE).