Parceria com o Japão redunda em pesquisas
médicas mostradas em Fórum Permanente

22/11/2012 - 11:46

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Professora Márcia Melhem, do IAL

Professora Márcia Melhem, do IAL

Professora Rosa Inês, da diretoria da FCM

Professora Rosa Inês, da diretoria da FCM

Professora Mariângela Rezende

Professora Mariângela Rezende

Mesa de abertura do Fórum

Mesa de abertura do Fórum

Representantes do Japão no evento

Representantes do Japão no evento

Professora Maria Luiza Moretti

Professora Maria Luiza Moretti

Com o aumento da incidência de infecções sistêmicas por fungos e de agentes antifúngicos, cresceu o interesse pelos métodos laboratoriais para orientar a seleção da terapia antifúngica. Como estes agentes se comportam via de regra como oportunistas, infectando pacientes imunossuprimidos, torna-se fundamental buscar agentes com a maior eficácia e o menor número de efeitos colaterais e interações medicamentosas. Mas como estabelecer a sensibilidade e a resistência aos antifúngicos? Para que espécies seriam feitos os testes de sensibilidade?

A aplicação clínica de testes de sensibilidade a antifúngicos, segundo a professora Márcia de Souza Carvalho Melhem, pesquisadora do Instituto Adolfo Lutz (IAL), é limitada. O que se sabe é que o foco é sempre a infecção invasiva. Neste caso, são empregados antifúngicos de uso sistêmico. “Mas esse uso pode extrapolar a indicação necessária”, advertiu a pesquisadora durante o Fórum Permanente Esporte e Saúde, realizado na Unicamp nesta quinta-feira, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Para que isso não ocorra, a convidada fez uma ampla explicação sobre os mecanismos de ação das drogas e o trabalho dos comitês que padronizam esses testes, entre eles o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, o antigo NCCLS) e o European Society of Clinical Microbiology and Infectious Diseases (ESCMID). De acordo com ela, lamentavelmente existe hoje uma grande dificuldade de padronizar esses testes, por isso o valor dos comitês e de seus estudos e deliberações. "Existem erros de leitura e os comitês, por esse motivo, recomendam que essa leitura seja feita o mais brevemente possível, em 24 horas", informou.

Parceria
O evento, realizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e organizado pela Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias da FCM, Seção de Epidemiologia Hospitalar e Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HC, prossegue até sexta-feira (23). Veja a programação.

Trata-se de um fórum internacional desenvolvido em conjunto com a missão Jica (Japan International Cooperation Agency), com a JST (Japan Science and Technology) e com a Chiba University. Envolve cooperação em um projeto, o Satreps, com a participação do governo do Japão. Esse projeto tem como linha mestra o desenvolvimento de novas abordagens diagnósticas no manejo das infecções fúngicas em pacientes com Aids e outras condições imunodepressoras.

Pesquisadores da Unicamp e da Universidade de Chiba trabalham em métodos que identifiquem os fungos causadores de doenças, principais responsáveis pelas chamadas infecções oportunistas em pacientes com HIV positivo e outras doenças imunodepressoras. O projeto, que começou em fevereiro de 2010, está com o seu prazo de três anos expirando, mas a expectativa é que o acordo seja ampliado. O Brasil é o segundo país a realizar transplantes no mundo e a população de pacientes imunodeprimidos aumenta a cada dia. As infecções fúngicas aproveitam-se da queda da imunidade para se estabelecerem. E o diagnóstico, muitas vezes, é tardio.