Pesquisadores do IFGW
publicam artigo na Science
22/11/2012 - 14:42
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Um grupo internacional de pesquisa que conta com a participação de cinco brasileiros, sendo dois deles da Unicamp, publicou na última edição da revista Science artigo sobre o desenvolvimento de músculos artificiais feitos de nanotubos de carbono. O texto, que mereceu destaque da publicação e um comentário assinado por Mark Schulz, docente da Universidade de Cincinnati (EUA), tem repercutido positivamente na comunidade científica mundial. “Estamos muito satisfeitos com a repercussão do trabalho e pelo fato de contribuirmos para colocar a Unicamp em destaque nessa área do conhecimento”, afirmou Douglas Soares Galvão, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), um dos autores do artigo.
Participaram da pesquisa cientistas do Brasil, Austrália, Canadá, China e Coreia do Sul, de diferentes áreas do conhecimento. “Esta é uma tendência atual em investigações com essa envergadura. As abordagens têm de ser multidisciplinares, visto que os problemas que se apresentam são de diversas ordens”, disse Douglas Galvão. Ele e seu aluno de doutorado, Leonardo Machado, fizeram as modelagens computacionais que ajudaram o grupo a interpretar os dados obtidos ao longo do estudo.
Conforme o docente do IFGW, músculos artificiais de nanotubos de carbonos já haviam sido desenvolvidos anteriormente. Ocorre, porém, que eles necessitavam de uma fonte líquida ou eletroquímica para funcionar. “O sistema que desenvolvemos opera sem fonte externa. A luz é suficiente para fazer com que os músculos artificiais se contraiam”, detalhou Douglas Galvão.
A despeito do nome dado pelos cientistas, o músculo artificial não se parece com a estrutura presente no corpo humano. O material recebeu a denominação por apresentar a capacidade de mudar de forma à medida que é estimulado. Assim, ao se contrair, o material é capaz de erguer até 100 mil vezes o seu próprio peso. Na aparência, lembra uma trança feita com as fibras retorcidas dos nanotubos de carbono. Segundo Douglas Galvão, a tecnologia pode ter uma série de aplicações, que vão da indústria automobilística à medicina.
“No caso da área médica, os músculos artificiais podem ser utilizados no desenvolvimento de próteses externas [exoesqueletos, por exemplo] ou de cateteres que podem ser empregados em intervenções minimamente invasivas, como no caso da desobstrução de artérias”, exemplifica o docente do IFGW. Além de Douglas Galvão e Leonardo Machado, outros três brasileiros participaram da pesquisa: Alexandre Fonseca, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru; Mônica de Andrade, que atua na Universidade do Texas; e Márcio D. Lima, também lotado na Universidade do Texas. O artigo da Science pode ser acessado através deste link.