O Instituto de Química (IQ) da Unicamp, que neste ano está ultimando as comemorações dos seus 45 anos de existência, inaugurou na manhã desta segunda-feira (17) dois projetos que vinham sendo "tecidos" ao longo dos últimos anos: um mural de mosaicos e um elevador para suprir as necessidades da unidade. A inauguração foi efetuada também dentro do contexto do Ano Internacional da Química (AIQ), festejado em 2011, cujo intuito foi comemorar mundialmente as contribuições desta ciência para o bem-estar da humanidade.

A cerimônia de descerramento das obras foi realizada no auditório do IQ (17) e teve a presença do reitor da Universidade Fernando Costa, de pró-reitores, do diretor do Instituto Watson Loh, de autoridades e da comunidade universitária.

Situado num boulevard, que deve ser inaugurado no próximo ano - com a transformação, em calçadão, da rua Josué de Castro, que divide as duas quadras tomadas pelos prédios do IQ -, foi criado um mural de mosaicos permanente, verdadeira obra de arte assinada pelas arquitetas Nelly Nahum e Camilla Santino, a qual retrata a contribuição da Química para a sociedade. São 200 metros quadrados de intervenção, numa área total de 400 metros quadrados.

O mural foi idealizado por um grupo de professores, entre eles Edvaldo Sabbadini, Adriana Vitorino Rossi e Marcelo Ganzarolli, e se tornou possível, conforme Watson Loh, graças ao apoio irrestrito do professor colaborador do IQ, Aécio Pereira Chagas, que explicou às arquitetas como esse trabalho permanente deveria resultar.

A obra, financiada majoritamente pelas empresas Valle, 3M e Natura, foi dividida em temáticas. O público, ao visitá-la, se dará ao exercício de decifrá-las, já que os mosaicos são melhor percebidos a distância. O Big Ben e a Tabela Periódica são exemplos do que foi "desenhado" nos azulejos, comenta Watson Loh.

De acordo com Fernando Costa, o Mural do IQ já está inclusive servindo de modelo a outras obras semelhantes na Universidade, como as praças da Reitoria e a do Ciclo Básico. “Parabenizo aos encarregados na transformação do painel em obras de arte. Temos agora a nossa disposição a história da ciência a céu aberto”, comentou.

O elevador, construído com verba da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), se prestará a fazer o transporte tanto de equipamentos e materiais de laboratório quanto de pessoas com deficiência. “Esse recurso (o elevador) é uma antiga demanda dos funcionários e agora temos alguns alunos e funcionários com necessidades de acessibilidade, o que abre as portas para essa realidade”, acredita o professor Antonio Cláudio Herrera Braga, diretor-associado do IQ. Herrera lembra ainda que o instituto também contará com obras de paisagismo, o que complementará os investimentos.

Contribuições
O pró-reitor de Graduação Marcelo Knobel parabenizou o IQ pela qualidade das comemorações, sobretudo pelo evento Química em Ação e pela sua ativa participação no ensino de química particularmente na graduação.

O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário Roberto Rodrigues Paes salientou o papel que o IQ desempenha no país e no exterior, no ensino, na pesquisa e na extensão. Também falou da importância de se priorizar espaços de convivência e de acessibilidade, "já que 14% da população brasileira tem algum tipo de deficiência", disse.

O reitor Fernando Costa ressaltou que a Química é uma das unidades mais renomadas da Unicamp e um dos marcos na história como um dos maiores centros de pesquisa. Segundo ele, o IQ tem feito muito bem a interação com o setor industrial e é um dos maiores patenteadores da instituição, desempenhando uma importante liderança nessa área de propriedade intelectual.