A cientista social e pesquisadora colaboradora do Centro de Memória da Unicamp (CMU), Maria Inez Masaro Alves acaba de lançar o livro Raízes da Ramalhada – Histórias da Serra Negra Rural. Com 208 páginas e 160 fotografias, a obra é resultado de quatro anos de um trabalho que joga luz sobre aspectos da história de Serra Negra, município que integra o Circuito das Águas (SP).

A pesquisa e o livro nascem de uma maneira um tando inusitada. Proprietária de um sítio no bairro Ramalhada, em Serra Negra, desde 1989, Maria Inez ficou curiosa ao saber que muitos moradores se dizem descendentes de João Ramalho, o fundador de Santo André da Borda do Campo de Piratininga, primeira povoação europeia no Brasil a se distanciar do litoral. Essa informação foi suficiente para que a pesquisadora iniciasse um trabalho de garimpagem. “Inicialmente, busquei informações em cúrias de Amparo e Bragança Paulista, onde encontrei uma referência ao sobrenome Ramalho.” Descobriu, por exemplo, que por volta de 1850, Joaquim Francisco de Oliveira Ramalho tomou posse das terras onde hoje é a Ramalhada. Casou-se e teve oito filhos. A partir daí vão separando as terras e cada um vai tomando uma parte. Até hoje essa descendência é proprietária de terras na região”, afirma.

Para realizar o trabalho, Maria Inez colheu depoimento de 40 pessoas, alguns com mais de 90 anos. Cruzando informações orais e documentos, a cientista social focalizou, dentre outros aspectos, as transformações sociais na Ramalhada, fazendo referência ao período em que havia grandes propriedades com escravos. “Eram proprietários que tinham as fazendas no bairro e residências na cidade. Alguns, por conta de problemas financeiros, viram-se obrigados a vender suas terras”, diz.

Raízes da Ramalhada – Histórias da Serra Negra Rural (Ed. Artes Gráficas Foca) pode ser adquirido diretamente com a autora ao preço de R$ 80,00. Os interessados podem fazer contato pelo e-mail inezmasaro@uol.com.br.