Arquitetura pede talento,
técnica e bagagem cultural
24/01/2013 - 13:36
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Portando lápis, hidrográficas coloridas, esquadros, transferidores e outros apetrechos, os candidatos às provas de aptidão em Arquitetura e Urbanismo voltaram a dar de cara com o cartaz que ocupava de cima a baixo a fachada do prédio da FEC: “Cartaz grande, concorrência gigante! 97”. A mensagem de boas-vindas tinha sido pendurada pelos veteranos para a primeira fase do Vestibular, quando a concorrência estava em 97 candidatos por vaga. Agora que a proporção havia caído 8,8, a permanência do cartaz serve de incentivo ao derradeiro esforço.
Entretanto, a empreitada seria dura e a professora Núbia Bernardi, responsável pelas provas que durariam o dia inteiro, dizia o que era esperado dos alunos. “Esperamos sempre uma habilidade em relação ao domínio espacial, principalmente das questões da cidade: entender os percursos, a volumetria dos edifícios, a tridimensionalidade com a qual eles vão trabalhar tanto no desenho gráfico como depois nas maquetes.”
A docente da FEC acrescentou que o trabalho do arquiteto envolve sempre o desenho e volumetria, mas também requer o entendimento de aspectos culturais e contemporâneos. “Por isso, nossas provas englobam história da arte, da cidade e sociedade. Queremos um aluno antenado naquilo que está acontecendo e que também tenha uma bagagem cultural forte, muito necessária para que seja discursivo e para a análise crítica da cidade e do espaço que o homem habita. O que a Unicamp pretende é formar um profissional de peso.”
Segundo Núbia Bernardi, no período da manhã os candidatos estiveram absortos no desenho geométrico, matéria que em sua opinião a escola precisa resgatar. “Não é apenas a expressividade artística o que vale. Alguns alunos têm o dom natural do desenho, enquanto outros são bons na geometria, que afinal está na base de todo desenho. O desenho geométrico traz compreensão da tecnologia, é importante aliar o artístico com o tecnológico. À tarde trabalhamos a expressividade, a mão livre em desenhos a cores ou grafites. Historicamente, esta prova também pede interpretação de textos – de escritores, poetas e não necessariamente de arquitetos falando sobre a cidade e o ambiente construído – que o aluno vai transformar num elemento gráfico.”
No pé da escada que dava para as salas de aula, Paola Crippa e outros veteranos da Associação Atlética da FEC, munidos de cartazes com figuras de frangos, preparavam uma recepção aos candidatos que terminavam a última prova. “Vamos pedir para eles girarem essa roleta e, dependendo da cor sorteada, podem cumprir um castigo; depois, deixam sua assinatura na parte do frango indicada”.
Matheus Ferreira, que assinou na asa esquerda do frango, veio de Boituva para as provas de aptidão e foi o primeiro a descer a escada, quando ainda faltava hora e meia para o prazo final. “Acabei rápido. Achei difícil principalmente a parte em que era preciso colorir. Sinceramente, não faço a mínima ideia se fui bem, estou meio pessimista. A Unicamp é renomada e tenho como meta que minha universidade seja pública, por causa da qualidade – a questão financeira não é o que me atrapalha. Passei também na primeira fase da Unesp. Vamos ver.”
Lista de aprovados
A lista de aprovados no Vestibular Unicamp será divulgada no dia 4 de fevereiro, às 14 horas. Os convocados nesta primeira chamada deverão efetivar a matrícula virtual nos dias 5 ou 6 de fevereiro, exclusivamente na página eletrônica da Comvest, em formulário específico. Estão previstas 11 chamadas. Já as notas e a classificação dos candidatos na segunda fase, serão divulgadas no dia 7 de fevereiro. Os candidatos estão concorrendo a 3.444 vagas em 68 cursos da Unicamp e dois cursos da Famerp – Faculdade pública de Medicina de São José do Rio Preto. Este ano, o Vestibular Unicamp recebeu um número recorde de 67.408 inscrições.