Trezentos estudantes do Ensino Médio encerraram nesta sexta-feira (8) as suas atividades no PIC-Jr. (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) da Unicamp, já em sua quinta edição, desde que foi implantada em 2008 pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. A solenidade ocorreu no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), com casa cheia.

O professor Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de Pesquisa (PRP), contou aos presentes que, somados aos alunos do programa Ciência & Arte Nas Férias 2013 (a 11ª edição), foram 450 alunos que entre o ano passado e o início deste vivenciaram as atividades desenvolvidas na Universidade. Para Pilli, isso mostra o envolvimento da instituição e a sua preocupação em oferecer inclusão principalmente aos egressos das escolas públicas do país. Só no PIC-Jr. foram 830 inscritos para participar do programa, sinalizando o interesse em estudar um uma das melhores universidades do mundo. “É árdua a tarefa do conhecimento, mas acredito no potencial de vocês. Daqui a alguns anos esta sala terá médicos, engenheiros, matemáticos. Tenho a certeza de que muitas portas se abrirão”, pontuou ele.

O pró-reitor de Graduação, professor Marcelo Knobel, disse que o interesse da Unicamp é que os melhores alunos ingressem nesta Universidade. “Quando a curiosidade é despertada, dificilmente ela desaparece”, salientou. “Cada estudante novo que chega aqui é um trabalho novo que surge para os professores e grupos de pesquisa. Além do mais, esse é um dos trabalhos mais prazerosos que temos no âmbito institucional.”

Também prestigiando o encerramento do programa, o professor João Frederico Meier, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), realçou que, quando muito jovem, se encantou com o mundo universitário e que sempre procura incentivar os que assim sentem. “A presença de vocês é muito importante para nós. Hoje trabalho com ecologia matemática. Se vocês pensam que a Unicamp 'se acha', é isso mesmo e esperamos em encontrá-los em breve aqui”, desafiou.

Uma das gratas surpresas foi encontrar na cerimônia a aluna Rebeca Oliveira, 17 anos, que tomou parte deste último PIC-Jr. e que foi surpreendida pela notícia de sua aprovação no Vestibular Unicamp. Vai ingressar no curso de Música, um dos mais concorridos do país. Toca violino desde cedo no Centro de Música Manoel José Gomes (Cemaneco) e cursou o ensino médio no Etecap, curso técnico em Campinas. Rebeca conta que fez o PIC-Jr. na FCM, orientada pelo professor Egberto Ribeiro Turato, e revela que aprendeu muito, pois desconhecia a Unicamp completamente.

O psiquiatra Egberto é um entusiasta dos programas da Unicamp dirigidos a adolescentes e jovens. "A vivência com os alunos do Ensino Médio é uma oportunidade de oxigenação para a Universidade. Isso nos faz olhar para além dos nossos muros. A espontaneidade e o desejo de aprendizado do adolescente desinstalam o professor acostumado à vida intra-acadêmica", relatou.

Egberto foi responsável por receber quatro alunas no Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria. A experiência foi muito boa, definiu, e as alunas não somente participaram das atividades do laboratório como tomaram parte da discussão dos casos clínicos com maturidade e aproveitamento, a ponto de absorverem questões candentes da vida humana. Elas não somente compreenderam a complexidade da problemática como buscaram se informar a respeito, informou.

Química
Tainara Lehn, 17 anos, e Vitória Zancani, 18 anos, desenvolveram suas atividades de bolsistas no Instituto de Química (IQ). Tainara estudou na Escola Pedro Salvetti Neto, no Jardim Ipiranga, e Vitória na Escola Jornalista Roberto Marinho, no bairro Aparecidinha. As duas foram recrutadas para o Laboratório de Química Analítica e tiveram que fazer uma reação em Spot Test usando a Microfluídica.

Tainara deve prestar o próximo Vestibular Unicamp e Vitória também. O curso? As duas pretendem ingressar no IQ. “Foi uma iniciativa maravilhosa. Foi muito boa a interação e foi surpreendente o conhecimento adquirido”, frisou Tainara. “A melhor coisa é atuar na fronteira da ciência”, acrescentou Vitória, que pela segunda vez realiza o PIC-Jr. A vantagem, comentou, foi ter conseguido se familiarizar rapidamente com as atividades nesta segunda etapa. Valeu muito”, concluiu.