A rua da casa da gente, a Vila Industrial, o trem, o desenho de chão, as musas. Tudo isso traçado e colorido por um raro talento. Obras que valem a pena ser revisitadas por antigos e novos apreciadores do acervo deixado por Tomaz Perina, integrante do Grupo Vanguarda de Campinas falecido em 2009. Doze dessas riquezas estão expostas até 17 de maio no Espaço das artes da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), localizado no saguão de entrada do Centro de Convenções da Unicamp. A exposição Thomaz Perina foi escolhida para a reinauguração do espaço, liberado depois de uma interdição de mais de um ano para reformas necessárias no CCU. 

Maria Angelina dos Santos, sobrinha do artista e diretora do Instituto Tomaz Perina, e Sandra Caro Florio, curadora da exposição, a parceria entre o instituto e a CDC faz com que mais pessoas, principalmente os jovens, se mobilizem em torno da arte produzida em Campinas. E, para Angelina, isso não precisa acontecer num espaço que prime pela quantidade, mas sim pela qualidade Elas enfatizam a importância de as novas gerações visitarem a mostra, já que muitos estão conhecendo a cidade agora em seu primeiro ano de convívio na Unicamp. “Muito importante convidar um nome de destaque em Campinas para reinaugurar este espaço, pois Perina é um importante representante do cenário da arte campineira. Para mim, isso se acentua, pois foi amigo de meu pai, participou do Grupo Vanguarda com ele”, acrescenta Sandra.

As peças expostas pertencem ao acervo do instituto e já foram expostas em outras ocasiões, segundo Angelina. Outras obras podem ser visitadas no próprio instituto, de acordo com a diretora, mas iniciativas como a CDC fazem com que mais pessoas, principalmente os jovens, se mobilizem em torno da produção artística da cidade. “Campinas precisa de eventos com conteúdo e não tamanho. A iniciativa de reinaugurar este espaço faz com que os jovens possam participar e conhecer mais de perto as obras de artistas como Perina”, acentua Angelina.

Assim como Sandra, filha de um dos melhores amigos de Perina, Bernardo Caro, Angelina teve a oportunidade de presenciar reuniões regadas a discussões sobre arte, literatura e outras áreas do conhecimento. Artista plástica, atualmente afastada para se dedicar ao ITP, quer fazer valer a vontade do tio, por meio do instituto, de divulgar a arte, preservar o acervo e levar cultura a quem tem dificuldade de acesso a ela. A instituição mantém projeto por meio do qual recebe crianças e adultos para atividades de arte-educação. As participações podem ser agendadas pelo telefone (19) 3521-1739. “É uma honra grande e gratificante perceber que os órgãos que lidam com conhecimento reconhecem os artistas da cidade e proporcionam ao público a possibilidade de participar da trajetória de artistas como Thomaz. É um avanço na cultura de Campinas, que está um pouco adormecida. Certamente, este projeto da CDC terá bons resultados, pois outros artistas vão expor”, opina. 

A mostra Thomaz Perina está entre as exposições que devem circular entre órgãos de diferentes campi da Universidade, num projeto de arte itinerante, segundo a coordenadora da CDC Margareth do Carmo Vieira Junqueira. Ela esclarece que as atividades de artes plásticas e visuais acompanham o projeto Moldura Musical, em que musicistas da Unicamp também apresentam shows de curta duração. Nesta segunda-feira, os acordes foram emitidos pelo talento dos violonistas Helder Tomas e Ricardo Henrique, integrantes do Afinanduo. Este projeto tem apoio do Grupo Gestor de Benefícios (GGBS) da Unicamp.

Serviço

Exposição Tomaz Perina

Local: Espaço das Artes da CDC (saguão do Centro de Convenções)

Data: até 17 de maio

Horário: das 8h30 às 17h30

Entrada gratuita

Aberta ao público