Desenvolvimento no centro
dos debates na Unicamp
17/04/2013 - 14:18
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Com o tema “Agenda Desenvolvimentista e a Estratégia de Desenvolvimento”, foi aberto na manhã desta quarta-feira (17) o segundo dia do seminário “Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento Brasileiro – Aspectos Econômicos”, promovido pelo Instituto de Economia (IE) da Unicamp, por meio da Rede Desenvolvimentista e da Plataforma Política Social. A mesa inicial, coordenada pela jornalista Eleonora de Lucena (Folha de S. Paulo), contou com a participação de Ricardo Bielschowsky (UFRJ), Pedro Dutra Fonseca (UFRGS), Francisco Lopreato (Unicamp) e Dawid Danilo Bartelt (Fundação Heinrich Böll). O evento também tem a organização do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE).
Em sua fala, Dutra Fonseca fez uma abordagem histórica e conceitual sobre o desenvolvimentismo. De acordo com ele, o conceito é uma manifestação original do pensamento econômico latino-americano. “Não se trata de uma ideia adaptada. O desenvolvimentismo não existia na Europa. Ele pode até ter sofrido influência externa, como do positivismo, mas somente em termos teóricos. O desenvolvimentismo prático, por assim dizer, foi forjado simultaneamente em vários lugares da América Latina e somente depois foi para a Ásia e África. Ele vem da identificação do atraso e da ideia de que é preciso fazer algo para superá-lo”, explicou.
Ao responder à pergunta se ainda faz sentido se falar em desenvolvimentismo nos dias de hoje, depois do advento da globalização, o docente da UFRGS disse que sim. Segundo ele, o conceito tem vida e sofreu mudanças e adaptações que permitem que ele continue sendo utilizado. “O mesmo vale para o capitalismo. Ele mudou desde os tempos de Marx, mas nem por isso deixamos de empregar o conceito”, comparou. Ainda conforme o economista, enquanto existirem problemas como miséria, exclusão social e desigualdade de renda, haverá desenvolvimentismo, visto que ele foi idealizado para superar tais questões. “Ou seja, enquanto existirem as razões que levaram ao surgimento do desenvolvimentismo, ele também continuará existindo”.
O seminário prossegue nesta quinta-feira, no auditório do IE. Entre os dias 7 e 9 de maio, será realizado um segundo evento nos mesmos moldes, que abordará mais profundamente o tema do desenvolvimento associado aos desafios na área social. “Quando falamos em desenvolvimento, não podemos pensar somente na questão econômica. A dimensão social também deve fazer parte das reflexões, de modo a orientar as ações. Em outras palavras, não se pode falar em desenvolvimento de um país sem que se tenha assegurado a cidadania social, que deve ser concretizada no acesso da população a serviços básicos como saúde, educação, transporte e habitação. Esses e outros assuntos estarão presentes durante os três dias do segundo seminário”, adianta o professor Eduardo Fagnani, que coordenará os trabalhos.